Resumo Este ensaio aborda, à luz da bioética, a transformação do currículo médico no Brasil de um modelo multidisciplinar para um inter ou transdisciplinar. Em revisão narrativa, discutem-se a teoria da complexidade e a transdisciplinaridade, estabelecendo analogia entre a maneira como bioéticas latino-americanas usufruem dessa teoria para a compreensão da realidade, formulando bases conceituais de um currículo médico que supere a fragmentação na formação. Para as bioéticas do sul global, o pensamento complexo e a transdisciplinaridade são fundamentais para compreender uma realidade não reducionista, aberta à construção de conhecimentos que não se isolem na explicação biomédica do mundo. De maneira semelhante, para a formação de médicos com visão de saúde ampliada, que valorizem os determinantes sociais e subjetivos do processo saúde-doença, o currículo deve proporcionar a religação dos saberes. A introdução do pensamento complexo no currículo médico pode estimular o ensino não reducionista.
OBJETIVO: Investigar a satisfação sexual entre homens idosos usuários da Estratégia Saúde da Família do Recife. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Mediante entrevistas domiciliares face a face, foram estudados 245 homens de 60 a 95 anos, por meio de questionário semiestruturado, anônimo e pré-testado. RESULTADOS: A maior parte dos entrevistados compôs-se de pardos (51,8%), católicos (67,2%), com renda familiar de até dois salários mínimos (71,1%) e média de 3,5 anos de estudo. Quase metade classifica sua saúde como regular. Pouco mais de 83% residem com uma companheira e 89,7% destes consideram esse relacionamento como bom ou ótimo. Setenta e três por cento afirmam permanecer sexualmente ativos, sendo os que possuem até 70 anos e que coabitam com uma companheira os de maior frequência sexual. Foi observada associação estatisticamente significativa entre a satisfação sexual atual e a idade, a saúde autopercebida, a satisfação sexual antes dos 60 anos e a frequência sexual. CONCLUSÃO: A sexualidade continua presente na vida dos homens maiores de 60 anos. Não se pode minimizar o papel da cultura na qual estão imersos os entrevistados sobre as questões da masculinidade, da velhice e da sexualidade. A vivência da sexualidade e a interpretação dessas experiências por esses homens têm um caráter plural e assim devem ser encaradas pela sociedade e pelas equipes de saúde da família.
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