Desde o estopim da crise na Síria, o Irã, um dos Estados de maior importância no Oriente Médio, tem sua estratégia de inserção regional abalada. Junto de Damasco, uma das mais antigas aliadas da República Islâmica, Teerã consagrou um arco de relações que pode ser denominado Eixo de Resistência, o qual compartilha de visões e objetivos políticos, como a contestação às políticas hegemônicas dos EUA e de Israel no Oriente Médio e uma hostilidade a países árabes a eles aliados. Este artigo aponta que por ser uma das peças-chaves nesta articulação, a Síria teve sua crise interna transformada em um conflito regional devido ao alto nível de penetração externa de diferentes países, que passaram a interferir nos assuntos do país a fim de enfraquecer o Eixo de Resistência como um todo. Será analisado a origem e os motivos da fundação dessa articulação política centrada no Irã e como esta se transformou em peça central para a estratégia regional de Teerã. Argumenta-se que uma das principais consequências para o Irã da internacionalização do conflito na Síria será uma maior vulnerabilidade para sua posição regional, resultando em razões para que haja uma moderação em sua política externa. Palavras-Chave: Irã, Síria, Oriente Médio, Eixo de Resistência, Hezbollah, HamasAbstract: Since the outbreak of the crisis in Syria, Iran, one of the most important states in the Middle East, has had its regional strategy shaken. Alongside with Damascus, one of the Islamic Republic’s oldest ally, Tehran consecrated an arch of relations that may be called Resistance Axis, which shares political objectives and views, such as the contestation of US and Israel’s hegemonic policies in the Middle East as well as hostility in relation to Arab countries allied to them. Such article points for the fact that for being a key member in this articulation, Syria had its internal crisis transformed into a broader regional conflict due to the high level of foreign interference in the country’s affairs in order to weaken the Resistance Axis as a whole. It will be discussed the origin and the reasons for the foundation of this Iran-centered political articulation and how it became central to Tehran’s regional strategy. It is argued that one of the main consequences for Iran of the Syrian conflict internationalization is a position of higher vulnerability for its regional presence, resulting in reasons for it to adopt moderation in its foreign relations.Key-words: Iran, Syria, Middle East, Resistance Axis, Hizbullah, Hamas.DOI: 10.20424/2237-7743/bjir.v4n1p71-91
Resumo As características que qualificam a identidade curda são reconhecidas entre seus membros há muito tempo, mas a capacidade de constituir grupos politicamente organizados entre essa população variou ao longo da história. Para compreender a complexidade da questão curda no Oriente Médio, é preciso analisar a forma pela qual eles se organizam politicamente, levando em consideração suas ideologias, particularidades do Estado em que se encontram, e, principalmente, as tensões políticas e disputas internas de seus movimentos. Além disso, é fundamental inserir a reivindicação de autonomia dos curdos no contexto da evolução da guerra civil na Síria de modo mais amplo, por ser esse um dos principais motivos do crescente envolvimento da Turquia e das grandes potências na região.
O conflito sírio gerou, até julho de 2016, 4,8 milhões de deslocados em países vizinhos (Iraque, Egito, Jordânia, Líbano e Turquia) e 900 mil na Europa. Internamente, 6,6 milhões de pessoas encontram-se deslocadas. Conforme o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), 3 em cada 4 sírios vive abaixo da linha da pobreza. A guerra na Síria completou em 2016, 5 anos, e não vê perspectiva de apaziguamento e reestabelecimento da paz. Diante da maior crise de refugiados do nosso tempo, este artigo propõe analisar, de um lado, a internacionalização do conflito sírio e os motivos que levaram a um crescimento no número de refugiados internacionais, bem como os problemas por esses enfrentados em sua região e no continente europeu; e, de outro lado, a posição do Brasil como baluarte de uma política mais aberta ao recebimento de refugiados, visto ser o primeiro país das Américas a adotar procedimento especial que agilizou a concessão de vistos aos sírios. Tal procedimento deu-se através da resolução normativa número 17 do CONARE (Comitê Nacional para Refugiados), de 20/09/2013, o qual confere o visto humanitário a solicitantes oriundos da República Árabe da Síria, com fundamento em razões humanitárias. A resolução vigorou pelo prazo de 2 (dois) anos, sendo renovada, por igual período, em 21/09/2015 (Resolução Normativa CONARE nº 20). Assim, até 21/09/2017, tal resolução permanece em vigor. No desenvolvimento da presente análise, questiona-se a postura do Estado brasileiro e a efetividade de tal procedimento, analisando-se as diferenças entre o status de refugiado respaldado pelo Estatuto dos Refugiados (Lei 9.474/1997) e o visto por razões humanitárias, concedido aos indivíduos afetados pelo conflito da República Árabe da Síria.
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