Foram realizados inquéritos nutricionais completos (de consumo de alimentos, bioquímico e clínico) referentes à deficiência de vitamina A em onze comunidades do Estado de São Paulo. O inquérito alimentar mostrou consumo muito baixo de alimentos fontes de vitamina A, tanto de origem animal como vegetal. O inquérito bioquímico mostrou alta prevalência de níveis plasmáticos de vitamina A classificados como "deficiente" e "baixo". O inquérito clínico mostrou baixos coeficientes de prevalência para lesões oculares, principalmente as mais graves. Embora nem a cegueira, nem as lesões oculares graves constituissem um problema de Saúde Pública, a maioria dessas populações corria o risco de que tais lesões viessem a se tornar um problema.
RESUMO: Com o objetivo de avaliar o estado nutricional na idade pré-escolar em áreas de baixa renda do Estado de São Paulo, 1.359 crianças de dois a seis anos de idade foram submetidas a exame antropométrico que incluiu peso e altura e medidas das áreas "muscular" e "adiposa" da seção transversal do braço esquerdo. A análise das medidas observadas foi feita por comparação a medidas que foram simultaneamente tomadas em população de pré-escolares de alto nível sócio-econômico do município de São Paulo. Foram comparadas médias segundo faixa etária e, a seguir, por meio de análises de regressão em função da idade, foram comparadas as velocidades de expansão das várias medidas. As análises efetuadas indicam que, ao chegar ao final da idade pré-escolar, as crianças das áreas de baixa renda apresentam pronunciado retardo no seu crescimento (aproximadamente 5 cm de altura e 5 kg de peso). A seção transversal do braço daquelas crianças estaria, no mesmo momento, diminuída tanto em tecido muscular quanto em tecido adiposo (em torno de 2 cm 2 e 4 cm 2 , respectivamente). As mesmas análises indicam cronologias diferentes para os vários déficits constatados ao final da idade pré-escolar. Os déficits de altura e de "área muscular" do braço ocorreriam predominantemente antes dos dois anos de idade enquanto os déficits de peso e de "área adiposa" do braço aconteceriam predominantemente já na idade pré-escolar. Como implicações dos achados obtidos, surgem indicações de que, antes dos dois anos, a interação agentehospedeiro, responsável pelo aparecimento da desnutrição, determine prejuízos sobretudo à síntese de proteínas. No período pré-escolar, aquela interação determinaria prejuízos sobretudo à síntese das reservas calóricas. Modificações a nível do agente e/ou a nível do hospedeiro poderiam ser responsáveis pelas diferenças observadas nos dois períodos. Para a compreensão das mesmas, fatores como a adequação calórica e protéica das dietas, a incidência e severidade das doenças infecciosas e os mecanismos adaptativos do organismo deveriam ser investigados. De qualquer forma, a diversidade do comprometimento do estado nutricional nos dois períodos deveria ser levada em conta na formulação dos programas de nutrição dirigidos às várias idades.
pré-escolar de dois a seis anos de idade e o seu atendimento. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 15(supl.) :3-8, 1981. RESUMO: É evidenciada a importância da fase pré-escolar de 2 a 6 anos, tanto no que diz respeito ao processo de maturação biológica como ao desenvolvimento sócio-psicomotor por que passa a criança em seu relacionamento com o meio ambiente. Este importante grupo etário é um dos mais carentes de atendimento no país, estimando-se que mais de 90% deles não consegue obter nenhuma orientação ou assistência formal. Sugerese a adoção de alternativas menos sofisticadas conforme o Progama de Educação e Alimentação do Pré-Escolar, este, mais compatível com as infra-estruturas e recursos existentes no país. Este programa se propõe proporcionar, em caráter conjuntural e supletivo, o atendimento integral, abrangente e de baixo custo aos pré-escolares. UNITERMOS:Pré-escolares, nutrição. Criança, assistência. Programa CEAPE. INTRODUÇÃOOs pré-escolares de 2 a 6 anos de idade constituem faixa populacional de grande importância, quer devido ao processo de maturação biológica por que passam, durante o qual a alimentação desempenha papel decisivo, quer pelo desenvolvimento sócio-psicomotor, para o qual contribuem fundamentalmente os meios familiar e comunitário em que vivem e ; complementarmente, as instituições que os assistem.O primeiro processo é o da formação, quando os tecidos se organizam e as funções celulares e tissulares se definem por meio de substituições que decorrem de atividades fisio-metabólicas destinadas a manter, em funcionamento, todo o complexo bio-orgânico do indivíduo. Para conseguir tal desiderato, entretanto, deve o pré-escolar contar com sistema regular de abastecimento de nutrientes capaz de propiciar seu pleno desenvolvimento. Relembra-se que aos 2 anos de idade o peso da criança já é o quádruplo daquele do nascimento, aumentando, em continuação, cerca de dois quilos por ano de idade. Aos 6 anos já pesa cerca de seis vezes mais e o seu perímetro craniano atinge a nove décimos de seu valor adulto. Quando o pré-escolar chega aos 4 anos, já possui cerca de 90% da massa cerebral do adulto. Esta é, portanto, uma fase de rápido desenvolvimento anátomo-fisiológico para a qual a nutrição tem importância fundamental.Paralelamente ao desenvolvimento aná-tomo-fisiológico, a criança necessita receber do meio ambiente estímulos e solicitações
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