O sono é uma função vital que tem ação reparadora e reguladora dos sistemas orgânicos. Alguns estudos apontam que o sono é modificado de forma negativa com o envelhecimento e pelo estresse, porém, investigações destas variáveis em idosos são escassos. Esta pesquisa teve como objetivo identificar associação entre estresse e qualidade do sono em idosos da comunidade inseridos em contexto de alta vulnerabilidade social, considerando a depressão como co-variável. Trata-se de uma pesquisa de delineamento quantitativo, descritivo e transversal. A amostra foi constituída por idosos cadastrados em Unidades de Saúde da Família do município de São Carlos, São Paulo. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com aplicação de questionário de caracterização, Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15), Escala de Estresse Percebido e Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh (PSQI). Foram realizadas análises estatísticas descritivas e comparativas. O perfil sociodemográfico da amostra era jovem (M=69,88; Md=70,00; DP=6,92). A escolaridade era baixa (M=3,03; Md=3,00; DP=2,92). As rendas individual e familiar eram inferiores a 1,5 e 2,5 salários mínimos, respectivamente (renda individual: M=1201,87; Md=998,00; DP=886,50; renda familiar: M=2328,39; Md=2000,00; DP=1121,93). Os idosos eram predominantemente do sexo feminino (54,4%, n=67), casados (92,7%, n=114), mulatos ou pardos (68,3%, n=166), católicos (53,7%, n=66), aposentados (79,7%, n=98) e com percepção de renda insuficiente para suprir as demandas do cotidiano (57,7%, n=71). O escore total relacionado à má qualidade do sono era significativamente mais elevado entre os idosos com estresse elevado (Grupo com estresse baixo: M=6,05; Md=6,00; DP=3,28; Grupo com estresse alto: M=9,06; Md=9,00; DP=4,29) (U=1117,50, p=0,000). A análise de covariância revelou que há efeito dos sintomas depressivos sobre os escores gerais de qualidade do sono [F (1, 120)=6,381, p=0,013]. Mesmo considerando sintomas depressivos como co-variável, a diferença de qualidade do sono segundo o nível de estresse se manteve significativa [F (1, 120)=5,820, p=0,017]. Conclui-se que níveis elevados de estresse levam à pior qualidade do sono.
INTRODUÇÃO: As responsabilidades relacionadas ao cuidado podem agravar os distúrbios do sono e aumentar as chances de idosos cuidadores recorrerem ao uso de medicação para dormir. OBJETIVO: Identificar associação entre uso de medicamentos para dormir e qualidade do sono de idosos cuidadores. MÉTODOS: A amostra foi composta por idosos cuidadores de idosos cadastrados em Unidades de Saúde da Família do município de São Carlos (SP). Foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário de Caracterização, Componente 6 do Índice de Qualidade de Sono de Pittsburg e pergunta específica sobre uso de medicamentos para dormir. Os cuidadores foram divididos em dois grupos: (a) Grupo que usa medicamentos para dormir e (b) Grupo que não usa medicamentos para dormir. Foram realizadas análises estatísticas descritivas e comparativas (Teste de Mann-Whitney). Resultados: Dos 65 idosos cuidadores entrevistados, 56,9% eram do sexo feminino (n=37). A média das idades foi de 69,15 anos (Q2=69, DP=6,49), de escolaridade foi de 3,09 anos (Q2=3, DP=2,81) e da renda familiar foi de R$2.390 (Q2 =2.090, DP=1.163). A maioria era casada (n=61, 93,8%) e cuidava de seu cônjuge (n=58, 89,2%). No grupo de cuidadores que usava medicamentos para dormir, o escore de qualidade do sono foi de 1,5 pontos (Q2=1,0, DP=0,63) e, no grupo que não usava medicamentos para dormir, o escore foi de 1,33 pontos (Q2=1,00, DP=0,774). As análises comparativas não evidenciaram diferenças significativas entre os grupos (U=332,50; p=0,301). Conclusão: Conclui-se que o uso de medicamentos para dormir não leva a melhor percepção de qualidade do sono em idosos cuidadores.
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