INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de bloqueios nervosos periféricos e centrais permitiram a redução de concentrações de doses de medicamentos sistêmicos, melhorando a estabilidade hemodinâmica, especialmente em pacientes de alto risco, como prematuros e recém-nascidos. Grupo esse que, devido à imaturidade do SNC, pode desenvolver depressão respiratória perioperatória. OBJETIVO: Compreender as indicações e riscos para bloqueio peridural em pacientes pediátricos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática, na base de dados da PubMed, com os descritores: “spinal anesthesia” AND “pediatrics”, nos últimos 10 anos. Foram selecionados 8 artigos científicos, com texto completo e gratuito. RESULTADOS: O bloqueio peridural caudal mostra-se como uma técnica de anestesia regional amplamente administrada, a qual tem se demonstrado segura e eficaz, capaz de oferecer analgesia perioperatória e pós operatório com deambulação precoce, além de estabilidade hemodinâmica e respiração espontânea em grupos de pacientes com via aérea difícil. Contudo, o principal risco envolvendo essa técnica é a contaminação bacteriana dos cateteres caudais. Além disso, são raras as complicações graves, como meningite, abscesso epidural ou sepse sistêmica, e a abordagem de Taylor modificada pela linha média auxilia no controle do risco de infecção. Ademais, o uso de bloqueio caudal de injeção única mostrou-se eficiente para controle de dor neuropática persistente após procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, como correção de hérnia inguinal e orquidopexia. CONCLUSÃO: Diante do exposto nota-se que o bloqueio caudal é eficaz e seguro no âmbito da pediatria. Nos casos de contraindicação por infecção local ou presença de anomalias espinhais e meníngeas, sugere-se cautelosa análise de risco-benefício e investigação anatômica por exames de imagem. A punção guiada por ultrassonografia auxilia na identificação de pequenas estruturas e permite a visualização da dispersão do anestésico local, melhorando as taxas de sucesso e aumentando sua duração. Por fim, apesar de todas as informações coletadas, mais estudos sobre esta questão são necessários.
INTRODUÇÃO: A raquianestesia é uma técnica anestésica muito importante na prática da anestesiologia, devido ao seu elevado índice de sucesso, previsibilidade e satisfação por parte dos pacientes, além do baixo índice de complicações. Contudo, ainda existem alguns efeitos adversos. Dentre as possíveis complicações relacionadas a esse tipo de anestesia, a parada cardiorrespiratória (PCR) constitui como uma das mais graves. Mesmo sendo infrequente, os dados que tentam esclarecer sua real incidência são ainda bastante confusos e contraditórios. Em estudos recentes, a incidência de PCR durante a raquianestesia tem relatado ser 2,5–6,4 por 10.000 procedimentos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura especializada, na base de dados da PubMed, com os descritores: “Spinal anesthesia” AND “cardiac” AND “arrest” nos últimos 5 anos. Foram selecionados 7 artigos científicos. Foram incluídos apenas artigos em inglês e realizados em humanos, e excluídos artigos que não se enquadraram nos objetivos do presente estudo. RESULTADOS: A raquianestesia atua, principalmente, no sistema parassimpático do paciente, por isso, pode causar repercussões hemodinâmicas no mesmo. Dessa forma, a percepção de sintomas como hipotensão e bradicardia são comuns em tal procedimento. Entretanto, a evolução dessa sintomatologia para eventos mais graves, como a PCR, é mais rara. Apesar dessa condição rara, deve-se estar atento para uma possível PCR, pois tal intercorrência pode causar o pior desfecho possível para o paciente, que é o óbito. Na literatura, a parada cardíaca foi relatada dentro de 12-72 min após a raquianestesia, enquanto outros efeitos colaterais cardiovasculares foram relatados até 3 a 5 horas após a administração medicamentosa. Em relação a incidência, foi dito que a PCR ocorre em 1.3 a 18 pacientes em um total de 10000 pessoas submetidas à raquianestesia, dependendo da experiência da equipe de Anestesiologia. CONCLUSÃO: Através dos resultados obtidos e analisados pelo estudo, mostrou-se que a raquianestesia pode provocar alterações no sistema parassimpático, como hipotensão e bradicardia. Além disso, a ocorrência de parada cardiorrespiratória súbita durante a raquianestesia é um evento incomum, mas o monitoramento constante do paciente pela equipe de anestesia e o conhecimento acerca das possíveis complicações e contra-indicações desse procedimento é imprescindível para evitar tal evento.
INTRODUÇÃO: Os transtornos alimentares são caracterizados por medo mórbido de engordar, preocupação exagerada com peso e com a forma corporal, redução voluntária do consumo nutricional com progressiva perda de peso, ingestão maciça de alimentos, seguida de vômitos, e uso abusivo de laxantes e/ou diuréticos. Essas graves patologias são influenciadas por questões individuais, familiares e socioculturais, principalmente midiáticos e estéticos. Eventos adversos, como trauma sexual, podem ser fatores de risco não-específico para a bulimia nervosa e anorexia nervosa, sendo esses os transtornos que mais afetam à população. OBJETIVOS: Avaliar possíveis associações genéticas e epigenéticas no contexto dos transtornos alimentares. MÉTODOS: Trata-se de revisão sistemática da literatura, realizada na base de dados PubMed. Foram utilizados os seguintes descritores: “eating disorders” e “gene”, e os filtros: “in the last 5 years” e “humans”. Um total de 9 artigos foi incluído. RESULTADOS: Pôde-se constatar diversas associações genéticas e epigenética com os distúrbios alimentares. Estudos encontraram alterações no padrão de metilação no gene HDACD4, em tecidos periféricos de pacientes com anorexia nervosa, em comparação com o grupo controle. Variantes do gene NNAT e alterações na sua expressão podem estar relacionadas à suscetibilidade ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, como a anorexia nervosa. A acetilação de histonas pode estar associada a patologias comportamentais. Variantes do gene SLC6A4 estão relacionados com possível dano ou ganho de função e podem estar envolvidos na suscetibilidade de pacientes com anorexia e bulimia nervosas. O polimorfismo de nucleotídeo único (SNP), rs4869317, da leucil/cistinilaminopeptidase pode estar envolvido no desenvolvimento de psicopatologia de distúrbios alimentares. CONCLUSÃO: As patologias alimentares têm sido objeto de estudo no que diz respeito às suas interações genéticas, epigenéticas e ambientais. Há, seguramente, contribuição genética, entre 31% e 80%, na bulimia nervosa, e, apesar da grande variação (0% a 80%), também na anorexia nervosa. Assim, o conhecimento genético desses distúrbios pode ser importante ferramenta para o tratamento dos transtornos em questão.
INTRODUÇÃO: A anestesia local promove bloqueio da sensibilidade em determinada região do corpo por meio do uso de medicações chamadas de anestésicos locais. O seu uso pode ser tópico ou por infiltração. Essa técnica é aplicada para que a criança não sinta dor, assim, menos incômodo no período intra e pós-operatório. Em geral, a anestesia local apresenta raros efeitos adversos. No entanto, sua administração deve ser criteriosa para se evitar os efeitos de superdosagem e toxicidade da droga, como convulsões, depressão cardiovascular por vasodilatação e ação inotrópica negativa. Dessa forma, o profissional responsável pela aplicação do fármaco deve sempre estar atento para as possíveis complicações, pois elas podem ser potencialmente graves para a criança. MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática, na base de dados da PubMed, com os descritores: “local anesthesia” AND “minor surgeries” AND “pediatrics”, nos últimos 10 anos. Foram selecionados 7 artigos científicos, com texto completo e gratuito, sendo excluídos artigos que não se enquadraram nos objetivos do presente estudo. RESULTADOS: Os procedimentos cirúrgicos ambulatoriais pediátricos são um desafio para os cirurgiões. Atualmente, o uso da anestesia local continua sendo a escolha para os procedimentos cirúrgicos de baixa complexidade, devido a seu baixo risco de reações adversas e complicações. A mistura eutética de creme de anestésico local, de uso tópico pode ser aplicada em alguns procedimentos cirúrgicos, como a circuncisão neonatal, tendo efeito analgésico considerável e resposta adversa mínima à dor, em comparação com outros métodos. Além disso, alguns anestésicos locais, como a dexmedetomidina, podem ser utilizados em associação com outras técnicas de analgesia, a exemplo da anestesia de neuroeixo, para obtenção do melhor controle da dor e menos risco de efeios colaterais. CONCLUSÃO: Portanto, torna-se evidente a importância das medicações anestésicas desde o seu uso como anestésico local para pequenos procedimentos até o seu uso em conjunto com outros métodos para cirurgias de maior complexidade na pediatria. No entanto, apesar do baixo risco de reações adversas e complicações com o uso de anestésicos locais, é fato que os profissionais da saúde devem estar sempre atentos tanto à dose quanto à toxicidade da droga administrada, principalmente por se tratar de pacientes pediátricos que podem possuir diferentes idades, comorbidades e, consequentemente, diferentes condutas a fim de evitar complicações indesejáveis como convulsões, depressão cardiovascular por vasodilatação e ação inotrópica negativa, por exemplo.
INTRODUÇÃO: A anafilaxia consiste em uma reação alérgica exacerbada, grave, que acomete vários órgãos e sistemas simultaneamente, sendo classificada como uma reação imunológica, geralmente mediada por IgE. A gravidade nesse quadro consiste em sua capacidade de levar rapidamente a óbito uma pessoa previamente saudável. Nesse contexto, os principais agentes causais da anafilaxia correspondem a medicamentos, alimentos e venenos de insetos e é de suma importância que seja identificado o fator causal da crise para afastar o paciente de possíveis contatos futuros, para isso, a história clínica é essencial. Em uma crise aguda, seu manejo consiste em aplicação intramuscular de adrenalina e manutenção das vias aéreas pérvias, mas, atualmente, alguns métodos foram desenvolvidos para induzir alterações imunológicas no paciente, como a imunoterapia epicutânea e a imunoterapia oral, a fim de fornecer proteção contra sintomas alérgicos e reações inflamatórias, minimizando episódios alérgicos exacerbados. Em relação aos pacientes pediátricos, estudos foram realizados para identificar a dose ideal e a eficácia de tais métodos para essa faixa etária, em busca de diminuir episódios de anafilaxia ao longo da vida. MÉTODO: Trata-se de uma revisão sistemática de ensaios clínicos, na base de dados da PubMed, com os descritores: “management” AND “anaphylaxis” AND “pediatrics”, nos últimos 10 anos. Foram selecionados 7 artigos científicos, com texto completo e gratuito, sendo excluídos artigos que não se enquadram nos objetivos do presente estudo. RESULTADOS: Um estudo em Hong Kong encontrou que 15,6% de crianças com alergia alimentar tiveram anafilaxia, que é traduzido em um risco anafilático alarmante de 700/100.000 da população com menos de 14 anos. Já um que avaliava o efeito da imunoterapia epicutânea vs placebo, que foi realizado em 31 locais em 5 países, observando 36 crianças alérgicas a amendoim (idade de 4 a 11 anos), utilizou-se patch de amendoins e de placebo, constatou que entre 356 participantes randomizados (idade mediana, 7 anos), a taxa de resposta foi de 35,3% com tratamento de patch de amendoim contra 13,6% com placebo (diferença, 21,7%). Já em outro estudo avaliando a alergia a amendoim também por meio do imunoterapia epicutânea (amendoim EPIT) através do adesivo Viaskin Peanut, indicou que o amendoim EPIT é potencialmente eficaz, com o aumento de 10 vezes ou mais na SCD (dose consumida com sucesso) de OFC (desafio alimentar oral), além do mais o efeito do tratamento foi mais evidente na faixa etária mais jovem. Um outro estudo avaliando a imunoterapia oral, uma outra alternativa de tratamento, observou que o leite aquecido apresentou taxa de IgE específico para o leite de caseína de 51,4 e 56 kUA/L, enquanto no leite não aquecido a taxa foi de 55,2 e 65,6 kUA/L; as taxas de sintomas moderados ou graves e sintomas respiratórios por dose domiciliar foram significativamente menores no leite aquecido do que no grupo não aquecido (0,7% e 1,2% vs 1,4% e 2,6%, respectivamente, P < 0,001). Além do mais, devido a ocorrência de anafilaxia devido à alergia ao amendoim há a necessidade de um marcador objetivo que pudesse refletir com precisão a probabilidade de ocorrência de reações alérgicas graves em pacientes, para ajudar a definir as indicações para a prescrição de um auto injetor de epinefrina, em um estudo foi identificado a reatividade basófila alérgeno-específica (medida por CD63 amendoim/anti-IgE) e a sensibilidade basófila (medida por CD-sens) como biomarcadores de gravidade e limiar de reações alérgicas ao amendoim. CONCLUSÃO: É possível afirmar que o manejo da anafilaxia em pacientes pediátricos envolve o tratamento por medidas sintomáticas, como o uso de auto injetora de epinefrina, e controle da exposição ao alérgeno. Foi relatado os benefícios da imunoterapia com alérgenos, que envolve a administração de um alérgeno específico para gerar proteção contra sintomas e reações anafiláticas em pacientes com alergia IgE mediada. As imunoterapias oral e cutânea receberam destaque, porém ainda se discute os possíveis efeitos adversos causados por essa terapia. Portanto, mais estudos são necessários para ser possível compreender completamente os riscos e os benefícios da imunoterapia em pacientes pediátricos para o manejo da anafilaxia.
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