É preocupação de qualquer profissional de educação garantir à criança o acesso a aprendizagens de qualidade e orientadas para uma dimensão construtivista, tentando transpor para o seu quotidiano o direito a brincar e a se divertir, já que estas práticas, por inúmeros motivos e todos bem fundamentados, dão robustez à infância de qualquer indivíduo. A preservação da cultura lúdica por uma sociedade e o alcance do bem-estar individual são um recurso essencial na vida da criança com benefícios para a sua educação, sobretudo em momentos conturbados da civilização, como os que atualmente vivemos. Com esta pesquisa, realizada com recurso à análise de dados recolhidos entre 2013 e 2020, em duas fases de estudo (Fase 1 e 2), por aplicação de questionário a 298 profissionais de educação (Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico), tivemos como propósito analisar e comparar as práticas atestadas por estes profissionais no que refere ao recurso propostas lúdicas nas atividades / aulas tendo em vista: a. quer a aquisição da cultura regional; b. quer a aprendizagem de matérias académicas. Este estudo longitudinal solicitou uma análise qualitativa e quantitativa de dados. Os nossos resultados permitiram-nos concluir que embora seja dada importância às práticas lúdicas em contexto de atividade pedagógica, as práticas assumidas por educadoras de infância são mais frequentes e mais sustentáveis. Por sua vez, embora na 1.ª fase do estudo tivesse sido reforçada a tónica da cultura lúdica na aprendizagem de aspetos da cultura regional, na fase seguinte foi revelada a sua importância na implementação do trabalho de cooperação, na troca de opinião e discussão e, por fim, no aumento de motivação para as aprendizagens académicas (com realce na matemática). Face à necessidade de inovação educacional cremos que esta deverá ser uma temática a investir aquando da formação de docentes.