A densidade básica da madeira de clones de Eucalyptus é impactada pelo manejo de talhadia?

Abstract

RESUMO: Devido a importância da densidade básica da madeira nos processos e produtos industriais, o objetivo do trabalho foi avaliar como a talhadia pode impactar na densidade básica da madeira de dez clones comerciais de eucalipto aos 03 anos. Foram analisadas seis árvores do alto fuste e seis árvores da talhadia (três com um fuste e três com dois fustes) de dez clones comerciais de Eucalyptus coletadas no município de Itatinga, São Paulo, Brasil. A densidade foi determinada a partir da amostragem base-topo (0 %, DAP, 50% e 100 %) da altura comercial. Constatou-se que a densidade básica da madeira não teve diferença estatística entre os manejos, porém a madeira talhadia foi superior em relação ao alto fuste para seis dos dez clones em valores absolutos. Apesar da talhadia com 02 fustes ser superior em setes clones em relação a talhadia com 01 fuste para densidade básica da madeira, essa apresentou uma maior amplitude de variação indicando um desenvolvimento heterogêneo entre fustes.Palavras-chave: Qualidade da Madeira, Talhadia, Alto fuste. IntroduçãoEucalyptus é o gênero do setor florestal com maior investimento atualmente no Brasil, possuindo potencial produtivo de destaque quando comparado a outras partes do mundo. No país, o gênero possui 7,53 milhões de hectares plantados, representando 75,8 % das florestas plantadas e atingindo uma produtividade de 38,8 m 3/ ha/ano em 2021, superando médias globais (Ibá, 2022). Dois principais sistemas de manejo são usados atualmente no Brasil, principalmente tratandose de florestas de eucalipto de rápido crescimento, sendo eles o alto fuste e a talhadia. A talhadia constitui-se na condução das brotações das cepas pós colheita da floresta (Mello et al., 2007;Souza et al., 2012). Nos últimos anos tem crescido o interesse por manejo de talhadia nas plantações de eucalipto de maior produtividade, por apresentar vantagens em relação ao alto fuste, como por exemplo, alta taxa de crescimento inicial, redução nos custos de produção, maior preservação e proteção do solo, além de algumas vantagens operacionais (Alves et al., 2018).