Este artigo busca refletir sobre uma prática de alfabetização para a EJA ofertada, por um sistema público de ensino, no contexto da pandemia da Covid-19. O pressuposto deste trabalho parte da afirmação de que uma prática de alfabetização na relação com a EJA deve partir dos sujeitos contextualizados pela sua história. Metodologicamente, trata-se de um estudo qualitativo e quantitativo, com base em uma pesquisa bibliográfica e em fontes documentais, realizada em duas escolas da rede pública de ensino. Foi aplicado um questionário junto a professores e alunos dos Ciclos I e II da EJA. A organização e o tratamento dos dados fundamentam-se na análise de conteúdo. Os dados indicam que os professores se deparam com limites nas atividades de alfabetização no formato remoto: acompanhar o desempenho educacional por meio das atividades de leitura e de escrita, manter o isolamento social e não ter acesso a outros recursos tecnológicos. Sobre os alunos, a precariedade no uso de dados para acompanhamento das aulas, a ausência do professor para o apoio pedagógico e a dificuldade para manusear o celular são desafios da oferta do ensino remoto. De um modo geral, o isolamento social produz efeitos preocupantes na frágil relação entre o direito à educação e os sujeitos da EJA. Na história da educação brasileira, embora os progressos na relação entre EJA e alfabetização, é impossível, tanto na prática quanto na teoria, ignorar os dados coletados nesta investigação, os quais destacam os efeitos preocupantes das práticas de alfabetização ofertadas na modalidade remota ou híbrida.