A Educação Em Saúde Para Usuários Hipertensos: Percepções De Profissionais Da Estratégia Saúde Da Família

Abstract

Introdução: As equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) têm um papel primordial no enfrentamento das doenças crônicas e na busca de melhoria da qualidade de vida, pela transformação social. Objetivos: Este estudo qualitativo buscou analisar as percepções de profissionais da ESF, em um município nordestino, acerca da prática da educação em saúde direcionada aos portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS); e apreender as concepções dos sujeitos sobre a importância da Educação Popular em Saúde e da formação de grupos de autocuidado para a promoção de saúde. Métodos: Foi realizado um estudo exploratório do tipo compreensivo-interpretativo, com a construção dos dados a partir de entrevistas abertas e análise temática de conteúdo. Resultados e discussão: Organizamos quatro categorias de análise: a percepção dos profissionais sobre a educação em saúde; as práticas de educação em saúde desenvolvidas para usuários hipertensos; os entraves para o desenvolvimento das ações de educação em saúde; e a formação de grupos de autocuidado para usuários hipertensos. Os achados apontaram que as ações educativas são desenvolvidas nos moldes tradicionalistas, utilizando largamente palestras como ferramenta pedagógica. Constatou-se a necessidade de estímulo ao empoderamento e protagonismo dos usuários, para exercitar uma postura ética, cidadã, motivadora para o controle social e a corresponsabilização. Considerações finais: Recomenda-se que as ações de educação em saúde, aliadas à formação de grupos de para autocuidado, sejam norteadas pelas diretrizes de uma prática pedagógica libertadora, enquanto estratégia para a construção de conhecimento socialmente relevante, ancorada na reflexão, dialogicidade e intervenção crítica em si e no mundo.

Ações De Educação Em Saúde Direcionadas Aos Pacientes Hipertensos: Avaliação Da Aplicabilidade E Compreensão De Resultados

“…Porém, em um dos achados deste estudo, constatou-se que alguns dos profissionais ainda têm a palestra como principal meio de promover educação em saúde. Sabe-se que na aplicação desse método os usuários são apenas ouvintes e não participam ativamente do processo educativo, e assim, constitui-se como uma ação insuficiente para realmente efetivar o processo de ensino-aprendizagem (MAIA, et al, 2018).…”

“…Ainda, Mendonça (2015) apontou que os profissionais de saúde mais envolvidos nas ações de educação eram os que compunham a equipe mínima da Estratégia Saúde da Família -ESF (agentes comunitários de saúde, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e os médicos). Maia, et al (2018) também refere achados que concordam com a falta de adesão dos profissionais, justificando-se pelas agendas incompatíveis, o que necessitaria de uma discussão acerca da organização das agendas de trabalho. Assim, como já citado, é fundamental a participação de todos os profissionais que compõem a ESF, para que se ter uma cobertura ampla com relação aos problemas e demandas de saúde que necessitam de uma equipe multiprofissional, gerando ações mais resolutivas.…”

“…Frequentemente, os profissionais de saúde podem ter uma visão reducionista quanto às ações de educação e ao usuário, acreditando que este processo é apenas pautado no ato de transmitir informações e conhecimentos aos usuários, que são práticas voltadas apenas à prevenção de doenças, e que o usuário é apenas o paciente, esperando e recebendo toda a informação do profissional (MAIA, et al, 2018). O mesmo autor ainda aponta que além da visão reducionista, muitos profissionais desconhecem as ações e as suas finalidades, sendo que alguns nunca ouviram falar, e outros tem apenas um conhecimento e entendimento mínimo, tido como insuficiente.…”

“…Nas ações, eram considerados os principais agravos das doenças, e utilizavam-se além da conversa e do compartilhamento de vivências, pinturas corporais como metodologia de ensino (SILVA, et al, 2018). O desenvolvimento das ações realizadas por grupo foram tidas como exitosas, pois facilitam a exposição e a discussão dos principais problemas de saúde dos participantes, e o compartilhamento de sugestões que podem vir a minimizar as questões que são apresentadas (MAIA, et al, 2018).…”

Contribuições para o autocuidado do homem com hipertensão arterial sistêmica na atenção primária de saúde

“…Sabe-se que a Atenção Primária à Saúde (APS) é a porta principal e prioritária do acesso à saúde no Brasil, que oferece ações de promoção, prevenção e recuperação, devendo planejar ações específicas para cada população alvo, como a masculina (Torres et al, 2021). Maia (2018) aborda que as equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) têm um papel primordial no enfrentamento da HAS, pois, devido à sua conformação, à estrutura, à proposta de trabalho/ação e à proximidade com as pessoas, dispõe de meios e de instrumentos para o desenvolvimento de ações que sejam eficientes e consigam melhorar a saúde dessas pessoas de modo geral.…”