A Importância Do Estudo Do Meio Na Prática De Ensino Em Geografia Física

Abstract

Durante muito tempo, em nossa formação e, posteriormente, como professores, convivemos com as críticas aos conteúdos ditos de Geografia Física e os conteúdos ditos de Geografia Humana. Criticava-se o ensino descritivo e fragmentado, apoiado na memorização de nomes e lugares, desconsiderando o processo de ordem natural e social da Geografia. Felizmente hoje encaminhamos a discussão num outro sentido: como trabalhar conteúdos relacionados à natureza e sua importância para o homem? Foi a partir dessa reflexão que, com a disciplina Prática de Ensino em Geografia Física, no curso de Licenciatura da ASMEC/Ouro Fino-MG, por mim ministrada, optei pelo Estudo do Meio como instrumento metodológico para trabalhar na construção dos conceitos geográficos referentes à compreensão da natureza, nesta ciência, reconhecidos como Geografia Física. Entendendo que o aluno não deve ser um sujeito passivo no ensino, limitando-se a adquirir conhecimentos teóricos sem sequer compreendê-los no todo e acreditando que este deve trabalhar extraindo hipóteses e criando sua própria estrutura mental, o trabalho de campo atua como um fio condutor na construção de conhecimentos. Basicamente, justifica-se ao mostrar a importância da integração de saberes propiciados pelas disciplinas escolares para a compreensão/leitura de um mesmo tema, subsidiando na construção do conhecimento. Palavras-chave: Ensino de geografia. Estudo do meio. Metodologias. RésuméPendant beaucoup de temps, dans notre formation et, ultérieurement, comme enseignants, nous coexistons avec les critiques aux contenus dits de Géographie Physique et les contenus dits de Géographie Humaine. On critiquait l'enseignement descriptif et fragmenté, soutenu dans la mémorisation de noms et de places, en déconsidérant le process d'ordre naturel et social de la Géographie. Heureusement aujourd'hui la discussion marche dans un autre sens: comment travailler contenus rapportés à la nature et son importance pour l'homme? À partir de cette réflexion, avec la discipline Pratique d'Enseignement dans Géographie Physique, en le cours de Licence de ASMEC/Ouro Fino-MG, par moi donné, j'ai opté par l'Étude du Moyen comme instrument méthodologique pour travailler dans la construction des concepts géographiques refférents à la compréhension de la nature, dans cette science, reconnus comme Géographie Physique. En comprenant que l'élève ne doit pas être un sujet passif dans l'enseignement, en se limitant à acquérir des connaissances théoriques sans au moins les comprendre dans tout et en croyant que celui-ci doit travailler en extraire des hypothèses et en créer sa propre structure mentale, le travail de champ agit comme un conducteur dans la construction de connaissances. Basiquement, se justifie montrer l'importance de l'intégration de savoirs rendus propice par les disciplines scolaires pour la compréhension/lecture d'un même sujet, en subventionnant dans la construction de la connaissance. Mots-clés: Enseignement de géographie. Étude du moyen. Méthodologies.

Proposta Metodológica Para Aulas De Campo Em Educação Geográfica E Interdisciplinar

“…Faz-se mister destacar que a utilização das paisagens para a realização de aulas de campo é um recurso de relevante importância. Nesse sentido, Sousa; Barros e Cavalcanti (2016) ressaltam o aproveitamento das paisagens semiáridas para a prática de campo e enfatizam que seu uso promove a conservação do patrimônio natural, pois propicia não apenas o conhecimento da vulnerabilidade desses ambientes, como também a instigar a adoção de medidas que reduzam a degradação ambiental.…”

“…As aulas de campo são também denominadas de práticas de campo. É possível encontrar outros termos para a designação dessa metodologia, como: trabalhos de campo, excursão geográfica, trabalho geográfico de campo, estudo do meio, prática andante de fazer geografia, atividade de campo, saídas de campo, excursão didática e turismo pedagógico (BONFIM, 2010;BUENO, 2009;COMPIANI & CARNEIRO, 1993;NEVES, 2010;ROCHA, 2011;SCORTEGAGNA & NEGRÃO, 2005). Sabe-se que essa atividade ainda é realizada de modo incipiente, mesmo tendo iniciado há três séculos, como destaca Bonfim (2010, p. 122)…”

“…Portanto, para uma boa execução dessa atividade, é essencial a adoção de três etapas fundamentais: o pré-campo, o campo e o póscampo (JESUS e SANTOS, 2019). Outros autores, corroboram também com a efetivação das práticas de campo realizadas em três momentos, alterando apenas a nomenclatura dos termos (BUENO, 2009;CORRÊA FILHO, 2015;FEHLBERG, 2022).…”

“…Nesse contexto, Bueno (2009) apresenta a importância do planejamento para a realização de estudo do meio de forma significativa, sendo necessária a efetivação de algumas etapas. A primeira etapa mencionada pela autora é a preparação, que é o momento em que o professor irá familiarizar a classe sobre o conteúdo a ser abordado em campo; enquanto a segunda é a realização do trabalho, que é marcada com a ida dos alunos ao campo; nessa etapa, ocorrem a observação, investigação e reflexão sobre os elementos da paisagem, enquanto a última etapa é concretizada com a exploração do trabalho em sala de aula, ou seja, após o retorno dos estudantes à sala, ocorrerá a síntese do que foi verificado em campo, possibilitando aos educandos a troca de conhecimentos adquiridos e o esclarecimento de possíveis dúvidas.…”

Trabalho De Campo Como Uma Metodologia Ativa No Ensino De Geografia

“…Muitos pesquisadores do ensino fazem ponderações negativas ao método tradicional que vigora fortemente em muitas escolas, buscando, criticamente, propor novas soluções e repensar a pesquisa e a prática educacional. Dewey Considerando o Ensino de Geografia, o Trabalho de Campo vem de encontro a um grande problema que é a ensinança das temáticas físico-naturais e ambientais na Educação Básica, sendo, portanto, um grande "tabu" que possui inúmeros entraves que impedem o desenvolvimento de assuntos relacionados à elas em sala de aula, como a falha na formação inicial e continuada dos professores de Geografia, a limitação do livro didático, a acomodação e a fragilidade teórica docente (MORAIS, , 2014OLIVEIRA et al, 2014;BUENO, 2009).…”