A influência das mídias eletrônicas na construção dos hábitos alimentares na infância: um panorama do comportamento alimentar infantil na era digital e no contexto familiar

Abstract

A modulação do comportamento alimentar é decorrente de diversos fatores modificáveis ou não em conformidade com o contexto de crescimento e desenvolvimento na infância. As fortes interferências da transição alimentar e nutricional decorrentes das profundas modificações socioeconômica e ambiental promoveram diversas alterações no padrão e nos hábitos alimentares das crianças. Com intuito de averiguar os fatores determinantes no aprendizado alimentar, a presente revisão bibliográfica foi elaborada com base na premissa de analisar a influência das mídias eletrônicas e do contexto familiar e suas possíveis relações com o aprendizado alimentar nessa faixa etária, bem como abordar consequências advindas de maus hábitos no que tange às condições de vida, agravos a saúde e consequências destes no decorrer da vida. Diante disso, o presente estudo realizou uma busca por artigos publicados entre os anos de 2017 e 2022 sobre os vocábulos relacionados a crianças e mídias eletrônicas, que destacou uma forte influência das propagandas alimentares no comportamento infantil, bem como uma abordagem sobre os prejuízos metabólicos decorrentes da ingestão de alimentos com alto teor de gorduras e açúcares em associação ao uso de aparelhos eletrônicos e, ainda, enfatizando a importância da família na construção dos determinantes alimentares na infância.

Propriedades psicométricas do Questionário de Alimentação Infantil (QAI) em uma amostra de pré-escolares brasileiros

“…Os itens do fator 1 apresentaram boa proporção de acertos, mas o item 44 (crianças podem assistir TV ou jogar videogame, em média, 3 horas por dia), apresentou índice de acertos (48,84%) semelhante ao índice de erros (51,16%) onde aponta o quanto as crianças podem ficar expostas às telas ao longo do dia. Alguns estudos têm apontado que essa influência da mídia interfere no comportamento alimentar na infância (ROCHA et al, 2022;VELOSO;ALMEIDA, 2022). Torres et al (2020) abordaram essa questão observando que, entre as famílias que fazem suas refeições assistindo televisão ou fazendo uso de outras telas, as crianças Este achado demonstrou que os itens que mensuram o conhecimento de alimentação saudável infantil de forma específica (ou seja, quando mensuramos os grupos alimentaresmacronutrientes: carboidratos, proteínas, lipídeos e micronutrientes: vitaminas e minerais) são corretos consumir ao longo das refeições ou qual grupo alimentar é essencial no desenvolvimento infantil, os números apontaram uma taxa de acerto menor, referente aos itens de mensuram o conhecimento de nutrição na infância de forma mais ampla.…”

“…Pesquisas que exploraram a temática indicaram noções fragilizadas de cuidadores, desde a prática do aleitamento materno até a introdução alimentar (MURARI et al, 2021;PIZZATTO Discussão et al, 2020), bem como a influência de fatores maternos (VELOSO;ALMEIDA, 2022;BOGEA et al, 2019;VASCONCELOS et al, 2021;WRIGHT et al, 2021) e do contexto social (PEDRAZA;SANTOS, 2021;WRIGHT et al, 2021) na decisão por alimentos saudáveis. E a influência do ambiente familiar e do comportamento das pessoas que vivem com a criança que, por vezes, repercutem, negativamente, na alimentação infantil (DANTAS;SILVA, 2019;DUARTE;TAVARES;MAYNNARD, 2023).…”