Durante quatro décadas de intensa produção, Dinah Silveira de Queiroz (1911-1982) publicou quase 20 livros e teve uma carreira literária recheada de prêmios. Versátil, a autora escreveu contos, romances, crônicas e produziu conteúdo para rádio e jornal. Pioneira, integrou a primeira onda da Ficção Científica brasileira. Atuou de maneira fundamental na luta pelo ingresso das mulheres na Academia Brasileira de Letras e, em 1981, tomou posse como imortal. Sem se eximir do debate, problematizou questões importantes em sua obra, como o lugar da mulher na sociedade, as dinâmicas coloniais excludentes e fez críticas aos regimes ditatoriais. Mesmo com tamanha expressividade no meio literário, a autora ainda é pouco lida na atualidade. Entre viagens interplanetárias e diálogos telepáticos, propomos, nesse estudo, partir de seu livro Comba Malina (1969) para entender: a inserção da escritora na Ficção Científica Brasileira; os motivos de seu apagamento; as rupturas e permanências propostas por sua escrita; e a importância do resgate de sua produção.