A utilização de vídeos no período de ensino remoto emergencial em um curso de licenciatura em Matemática do interior do Ceará

Abstract

Em meados de 2020 o mundo foi surpreendido com um novo modo de vida em decorrência da pandemia do Coronavírus. As escolas e as universidades tiveram que suspender suas atividades de modo a evitar aglomerações e conter a proliferação do vírus, sendo, então, decidido que as aulas aconteceriam em formato remoto, que foi chamado de Ensino Remoto Emergencial (ERE). Desta forma, as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) tornaram-se o principal meio de suporte para a continuação dos estudos. Dentre os recursos utilizados pelos docentes nas aulas online destaca-se o uso do vídeo em diferentes modos. Pensando nisso, essa pesquisa tem como objetivo compreender, junto aos docentes do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como se deu a utilização dos vídeos durante o período do ERE. Para tanto, aplicou-se um questionário para o referido público contendo ao todo cinco perguntas, no intuito de identificar desde os equipamentos e softwares utilizados até o uso e/ou produção de vídeos. Buscou-se, também, fazer um paralelo com os resultados apresentados pelo Relatório de Pesquisa do Comitê de Enfrentamento à Pandemia de Coronavírus da UVA, o qual objetivava, dentre outras coisas, compreender as condições de acesso à Internet e a equipamentos eletrônicos por parte de toda a comunidade universitária. Pôde-se perceber o quão importante foi o uso de recursos digitais, sejam mídias ou TDIC, na ministração de aulas no período de distanciamento social provocado pela pandemia de Coronavírus, corroborando, assim, a importância e expansão desse uso nos dias atuais. Atestou-se que a maioria dos docentes do Curso de Licenciatura em Matemática da UVA utilizou vídeos como recurso para promoção da aprendizagem dos estudantes e que a utilização das TDIC, em específico as videoaulas, em um curso de graduação no período remoto, foi muito importante para a formação docente, uma vez que proporcionou aos licenciandos a oportunidade de conhecer diferentes ferramentas tecnológicas que tanto foram utilizadas como recursos para aprendizagem como também potenciais ferramentas de ensino de matemática.

Aprendizagem dos conceitos matemáticos na Teoria APOS e o ensino na Sequência Fedathi: Algumas interseções

“…Segundo Sousa (2015), as reflexões sobre o ensino de Matemática feitas pelo idealizador da sequência foram amadurecidas em seu pós-doutoramento na área de Educação Matemática. O amadurecimento das ideias do professor Hermínio Borges Neto resultou na apresentação formal da Sequência Fedathi quando defendeu a sua tese de Pós-doutorado na Universidade de Paris VII em 1996.…”

“…Conforme Sousa (2015), o termo Sequência foi atribuído a referida metodologia pela forma como ela está organizada, de tal maneira que as suas ações perpassam por quatro etapas sucessivas que posteriormente iremos apresentar. Já referente ao nome Fedathi, entendemos por meio da fala de Sousa (2015), que essa palavra é um acrônimo formado pelas sílabas iniciais dos nomes dos três filhos do professor Hermínio Borges Neto, que são: Felipe, Daniel e Thiago.…”

“…Assim, o autor destaca a importância do investimento em torno da pergunta na atividade de mediação do professor, enfatizando o cuidado em garantir que as repostas para as perguntas não estejam reduzidas a uma única palavra que confirme ou negue diretamente o questionamento feito pelo aluno. Ainda conforme Sousa (2015), a pergunta na Sequência Fedathi corresponde a uma situação em que o docente questiona e estimula o aluno a pensar sobre o problema proposto ou sobre outras situações do estudo.…”

“…Na mediação, o professor utiliza também os demais princípios da Sequência Fedathi, entre eles está o contraexemplo que é utilizado para instigar no aluno a reflexão. Segundo Sousa (2015), este princípio corresponde a um exemplo ou situação que contradiz ao que foi apresentado pelo indivíduo. Ele é pensado pelo professor com o intuito de desequilibrar o aluno e gerar reflexões sobre as suas ações, pode ter o formato de pergunta ou mesmo de uma sugestão para uma ação a ser executada.…”

“…Então, é necessário sabedoria por parte do docente para utilizar este princípio a favor do desenvolvimento dos estudantes, tendo o zelo de não gloriar algum aluno pelo acerto e ridicularizar outro pelo erro, de forma que todos sejam encorajados a aprender e superar os desafios. (SOUSA, 2015).…”