Os hospitais passaram a exigir cada vez mais o perfil de um enfermeiro líder, sendo, portanto, importante o estudo da liderança, entendida e praticada na perspectiva da flexibilidade e participação, uma vez que os profissionais se deparam cada vez mais com mudanças frequentes, turbulentas e caóticas no ambiente de trabalho em saúde. O enfermeiro precisa ter o conhecimento e a habilidade para adotar estilos/teorias mais inovadoras e contemporâneas que possam motivar a equipe para a execução de um trabalho mais qualificado. O estudo objetivou analisar a liderança, bem como a utilização das dimensões do processo coaching na visão da equipe de enfermagem no contexto hospitalar. Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal de abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em dois hospitais públicos do Estado de São Paulo; participaram 69 enfermeiros e 233 auxiliares e técnicos de enfermagem que atuavam em unidades de internação para adultos. Foi aplicado o QUAPEEL-Questionário de Autopercepção do Enfermeiro no Exercício da Liderança, e QUEPTAEEL-Questionário de Percepção do Técnico e Auxiliar de Enfermagem no Exercício da Liderança. Os resultados apontaram que a liderança foi compreendida por mais da metade da equipe de enfermagem como o processo de exercer influência sobre o comportamento das pessoas para alcançar objetivos em determinadas situações. Já 33,3% dos enfermeiros e 21,9% dos auxiliares e técnicos de enfermagem conceituaram liderança como processo de se transformar o comportamento de um indivíduo ou de uma organização. Houve convergência do conceito de liderança entre líder e liderado, bem como com o referencial teórico de Liderança Situacional. Observou-se que 92,8% dos enfermeiros responderam serem líderes, e aqueles que justificaram, referiram ter conhecimentos, habilidades e atitudes para exercer a liderança, assim como consideraram inerente ao papel profissional. Da mesma maneira, 84,5% dos auxiliares e técnicos de enfermagem perceberam o enfermeiro como líder. Os 15,5% dos auxiliares e técnicos de enfermagem que não consideraram o enfermeiro a quem se reportam líder, justificaram a postura autoritária, falta de conhecimento sobre as necessidades da unidade e equipe, bem como a comunicação ineficaz. O estilo de liderança do enfermeiro era orientado para as pessoas e as tarefas, dependendo da situação, sendo indicado por 84,4% dos enfermeiros e 90,4% dos auxiliares e técnicos de enfermagem. Quanto às habilidades necessárias ao líder, a maioria da equipe de enfermagem indicou a comunicação e dar e receber feedback. O estudo demonstrou que os enfermeiros perceberam a prática das dimensões do processo coaching ao obter pontuação total média 86,23, bem como os auxiliares e técnicos de enfermagem com pontuação total média 76,05. A dimensão "comunicação" foi a mais reconhecida pela equipe de enfermagem entre as quatro dimensões do processo coaching. No Hospital A constatou-se que a prática de liderança no processo coaching foi vista de forma congruente, em contrapartida, no Hospital B os enfermeiros indi...