Aceitabilidade e conforto térmico: caso da escola politécnica da UFBA

Abstract

Estudos recentes sobre conforto térmico em climas quentes e úmidos sugerem uma aceitabilidade da velocidade do ar na ordem de até 1 m/s no interior de ambientes, não ocorrendo queixas quando a velocidade do ar excedeu esse valor (CÂNDIDO et. al, 2008). Essa velocidade é superior ao valor sugerido pela ASHRAE 55 (2004), onde a velocidade de 0,2 m/s foi considerada como o limite máximo. Este trabalho tem o objetivo de verificar a aceitabilidade quanto ao conforto térmico em edifícios universitários. O método adotado consiste na análise da relação entre a aceitabilidade do movimento do ar e conforto térmico no interior dos edifícios ventilados naturalmente, utilizando como base estudos de pósocupação do prédio da Escola Politécnica da UFBA. Os resultados de diversos índices de conforto foram comparados com a opinião dos usuários. Os resultados encontrados confirmam os estudos de CÂNDIDO e outros (2008) quanto à aceitabilidade do aumento da velocidade do ar em ambientes internos. No caso do edifício estudado, o indicador PMV apresenta uma situação de levemente quente, tanto no verão como no inverno e o PPD apresenta, em média, 28% de pessoas insatisfeitas durante o ano. As variáveis climáticas plotadas no Nomograma de Temperatura Efetiva indicaram zona de conforto para a situação estudada. Quanto à opinião dos usuários, a maioria achou a temperatura da sala confortável, porém, consideraram que a ventilação da sala de aula era baixa, demandando um incremento da velocidade do ar proporcionada pelos ventiladores. O estudo sugere uma afinidade entre os indicadores quantitativos e qualitativos e ratifica a estratégia de aumento da movimentação de ar no interior dos ambientes para obtenção de conforto em edificações universitárias localizadas em climas quente e úmido.