Acidentes do trabalho e cultura de segurança no setor da construção civil

Abstract

A construção civil é uma das atividade econômicas mais importantes do país. No entanto, o número de acidentes do trabalho que ocorrem nesta indústria é expressivo. Diante desse cenário, o objetivo deste trabalho consiste em trazer uma abordagem dos principais temas referentes à segurança do trabalho em canteiros de obras da construção civil, identificando as características deste setor que contribuem para o alto índice de acidentes, e apresentando as normas regulamentadoras e a cultura de segurança como fatores importantes para a promoção da saúde e segurança no ambiente laboral. Para isso, foi utilizada como metodologia a busca de dados quantitativos na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e no Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, além da busca de artigos na base SCOPUS Elsevier. Os dados coletados nas referidas fontes contribuíram para identificar que a maioria das empresas de construção civil no Brasil não atende às normas regulamentadoras, fator que, juntamente com a não existência de investimentos em segurança, contribui para o alto índice de acidentes nesse setor.

Prevalência de acidentes na construção de edifícios no Brasil entre os anos de 2014 e 2022

“…De acordo com o IBGE, as regiões norte e nordeste do país possuem as maiores porcentagens de trabalhos informais como podemos ver na figura abaixo. (20) Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.9, n.6, p. 20286-20306, jun., 2023 Além dos empregos informais, também pode ocorrer de não serem notificados devido avaliação de que o quadro apresentado não é grave e não oferecer riscos à saúde, falta de tempo, medo de ser despedido, não ter consciência de que é obrigatório, entre outros. Com isso, os métodos de prevenções serão ineficazes, além de ocorrer multa por não notificar no prazo pré-determinado.…”

“…Pois, a cultura de segurança tem como base o indivíduo, o trabalho e a organização para assim evitar acidentes e obter melhores condições de trabalho. (20) E a resistência dos empregados no uso dos EPIs tem ligação com o uso de mão de obra não qualificada. Um estudo realizado descreveu que 43,6% dos trabalhadores estão com o ensino fundamental incompleto.…”