Análise Do Impacto Da Covid-19 Na Segurança Alimentar Em Cabo Verde: Estudo De Caso No Bairro Da Achada De Santo António

Abstract

Grupo de Trabalho (GT11): Abastecimento, segurança alimentar e nutricional e dinâmicas de consumo ResumoA pandemia e o contexto de emergência sanitária que se verifica trouxe sérios desafios em todo o mundo e agravou significativamente o bem-estar das famílias. Este estudo teve a pretensão de analisar o impacto da COVID-19 na segurança alimentar, utilizando como estudo de caso os agregados familiares do maior bairro residencial (ASA) do país. Para tanto utilizou-se uma metodologia padrão, proposta pela FAO por forma a garantir comparabilidade com os valores nacionais e de outros países no mundo. Esta metodologia (FIES) mostrou-se adequada para se inferir sobre o impacto da COVID-19 na segurança alimentar. 02 a 06 de agosto de 2021 | Brasília -DF 59º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural -SOBER 6º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo -EBPC Os resultados do estudo permitiram evidenciar que a COVID-19 impactou grande parte das famílias em termos da segurança alimentar e nutricional e existem algumas características sociodemográficas da população que permite que a COVID-19 potencialize as vulnerabilidades dos agregados familiares, tais como ser mulher, pobre e ocupadas em situações de emprego mais vulneráveis. Os agregados familiares mais pobres viram suas vulnerabilidades serem ampliadas com a COVID-19. O isolamento social e demais constrangimentos provocados pela COVID-19, contribuíram para a piora na qualidade da alimentação e até mesmo situações mais graves de insegurança alimentar. Os resultados indicam que a COVID-19 contribuiu diretamente para que 30,91% da população do bairro da Achada de Santo António sejam afetadas por insegurança alimentar moderada ou grave e 9,29% por insegurança severa durante o ano de 2020.A eficácia das políticas públicas para a SAN pode ser aumentada caso forem direcionadas aos agregados familiares com menor rendimento, que sejam representados por mulheres, com menor nível de escolaridade e que estejam desempregadas ou em situação de emprego vulnerável (por conta própria ou doméstica).