As Transformações E as Permanências De Conhecimentos Sobre Atividades Experimentais Em Um Contexto De Formação Inicial De Professores De Química

Abstract

Investiga-se como se caracterizam os conhecimentos sobre atividades experimentais no Ensino de Química/Ciências de licenciandos em Química, explicitados durante a participação em uma componente curricular. Analisam-se as produções textuais constituintes de portfólios da componente curricular integrante de um curso de licenciatura em Química de uma instituição pública de educação superior brasileira. O material foi examinado segundo os procedimentos da análise textual discursiva. Entre os resultados, destacam-se: a) conhecimentos relativos à valorização da participação discente durante as atividades experimentais; b) dos conhecimentos discentes concernentes à associação entre atividades experimentais e motivação; c) a explicitação de conhecimentos vinculados à necessidade de considerar, nas atividades experimentais, o respeito à integridade física dos estudantes e ao meio ambiente. Na sequência, analisam-se os conhecimentos dos licenciandos com base no referencial progressista de educação de Paulo Freire em diálogo com as categorias estrutura vertical e estrutura horizontal, de Eduardo Nicol. Desta análise depreenderam-se transformações e permanências de conhecimentos dos licenciandos, indicando a apropriação do que foi estudado, como: a possibilidade das atividades experimentais originarem questionamentos, a necessidade de favorecer a explicitação dos conhecimentos iniciais dos alunos e o respeito à integridade física dos estudantes não os submetendo a experimentos perigosos. Por outro lado, foi possível caracterizar a permanência, de forma mais pujante, de um conhecimento inicial sobre as atividades experimentais que as entende com motivadoras. Interpreta-se ainda que as transformações e as permanências de conhecimentos identificadas valorizaram, em alguma medida, a abordagem adotada no estudo sobre atividades experimentais no Ensino de Química/Ciências, na formação inicial de professores de Química.

Articular Práticas De Avaliação Pedagógica Para Aprender Em Ciências Experimentais

“…Em Galvão et al (2016) o uso de rubricas, como instrumentos de avaliação de competências em abordagem investigativa em ciências, possibilitou que a informação avaliativa servisse a identificação das necessidades dos alunos e avaliasse o seu nível de desempenho "para estabelecer um valor indicador para atividades futuras" (p. 223). Valorizar uma perspetiva investigativa das atividades experimentais no ensino de ciências requer uma adequada formação docente nesse sentido (Barros et al, 1998;Gonçalves et al, 2019). O ensino por investigação é para Sasseron (2020) uma abordagem didática.…”

“…); e de obter conhecimento científico (que provas sustentam o que sabemos?) (Barros et al, 1998;Chadwick, McLoughlin, & Finlayson, 2018;Earle, 2014;Franco, 2021;Galvão et al, 2016;Gonçalves et al, 2019;Harlen, 2013;NRC, 2000NRC, , 2012Reis, 2021;Rönnebeck, Bernholt, & Ropohl, 2016;Rönnebeck et al, 2018;SAILS, 2012;Sasseron, 2020;Silva, 2021).…”

A Problematização do Formador de Professores de Química no Estudo da Abordagem Temática: uma Análise Constituinte de um Processo de Comunicação

“…Na literatura se identificam investigações sobre formação de professores no Ensino de Ciências da Natureza que exploram a noção de problematização fundamentada nas contribuições de Paulo Freire. Por exemplo, Gonçalves et al (2019) ao caracterizarem conhecimentos a respeito das atividades experimentais no Ensino de Química de licenciandos participantes de um processo formação de professores balizado pela problematização na acepção supracitada, sinalizaram para a importância dessa na transformação dos conhecimentos dos licenciandos relativos às atividades experimentais. A necessidade de problematizar -no sentido defendido por Paulo Freire -as atividades experimentais, na qualidade de um conteúdo da formação de professores, também é uma defesa localizada em Gonçalves e Marques (2013).…”

“…A proposta teórico-metodológica adotada no estágio supervisionado se sustenta em Gonçalves et al (2019). Esses, a partir de uma fundamentação em Freire (1977) a respeito da problematização, propõem uma dinâmica com atividades de explicitação de conhecimentos e de apropriação de novos conhecimentos, sendo essas atividades mediadas pela problematização.…”

“…Em outras palavras, as limitações previamente identificadas em conhecimentos explicitados pelas licenciandas parecem que não estão diretamente relacionadas com a problematização promovida pelo formador. Com isso se reforça, em parte, a potencialidade da dinâmica escolhida com atividades de explicitação de conhecimentos e de apropriação de novos conhecimentos mediadas pela problematização (Gonçalves et al, 2019).…”