Associação do perfil epidemiológico com o desfecho clínico de pacientes com COVID-19 de um hospital universitário na primeira e segunda onda da infecção

Abstract

Objetivo: Associar o perfil epidemiológico ao desfecho clínico de pacientes com COVID-19 de um hospital universitário durante os períodos de internamento compreendidos pela primeira e segunda onda da infecção no Brasil. Metodologia: Estudo de coorte retrospectivo com abordagem quantitativa, descritiva e comparativa – com aprovação ética, realizado em um hospital universitário referência na assistência de COVID-19 à pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva na primeira e na segunda onda no Brasil, com aplicação estatística de Regressão Logística Binária (p≤0,05; IC95%) e análise descritiva da associação do perfil epidemiológico com os desfechos clínicos calculados distintamente para as ondas de infecção. Resultados: Na primeira onda (n=46), a idade foi o único preditor significativo para associação ao desfecho, o qual a chance (Odds Ratio= 1.0897) de óbito correspondeu à 1,08 vezes maior à medida em que cada ano da idade aumenta. Os preditores não puderam explicar os desfechos na segunda onda (n=57). Óbitos, menores escolaridades, faixas etárias mais avançadas, homens e pardos foram as categorias mais prevalentes nas amostras. Discussão: A mudança epidemiológica para segunda onda foi influenciada pela vacinação nacional e por fatores sociais, culturais, políticos e econômicos vividos no Brasil, alterando a influência de alguns preditores na segunda onda. Conclusão: A idade foi o fator decisivo para influenciar o desfecho clínico dos pacientes. Além disso, assim como as tendências discutidas nos mais atuais estudos epidemiológicos, homens pardos acima de 60 anos foram os mais acometidos por COVID-19 durante a primeira e a segunda onda da infecção no Brasil.