Introdução: Pacientes oncológicos tratados com quimioterapia apresentam efeitos adversos. Na boca, a hipossalivação e a xerostomia são relatadas como achados frequentes oriundos desse tratamento. Objetivo: Investigar a ocorrência de xerostomia e hipossalivação em pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico. Método: Estudo transversal quantitativo, com coleta de dados realizada no Hospital São Vicente de Paulo, em João Pessoa, Paraíba, no setor de oncologia, entre agosto de 2022 e março de 2023. Os pacientes foram submetidos a um exame clínico, seguido da análise do fluxo salivar não estimulado e do preenchimento do instrumento Inventário de Xerostomia. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial com auxílio do software Jamovi (versão 1.8.4). Resultados: Participaram do estudo 78 indivíduos com média de idade de 53 anos (±12,5), predominantemente do sexo feminino (n=63; 80,8%) e com diagnóstico de tumores sólidos (n=70; 89,7%). A hipossalivação foi diagnosticada em 59% dos pacientes (n=46), enquanto a xerostomia foi relatada por todos os indivíduos (n=78; 100%), sendo categorizada como amena (n=13; 16,7%) ou moderada (n=65; 83,3%). Houve diferença entre o fluxo salivar de pacientes com tumores sólidos e hematológicos, sendo os indivíduos com tumores sólidos os que apresentaram menor fluxo salivar (p = 0,0027, teste U de Mann-Whitney). Além disso, pessoas com hipossalivação possuem um risco aumentado de desenvolver xerostomia moderada (RR = 0,349; IC = 0,127 – 0,955; p = 0,006, teste Exato de Fisher). Conclusão: Indivíduos diagnosticados com hipossalivação neste estudo possuem risco aumentado de relatar a presença da xerostomia em graus moderados durante o tratamento quimioterápico.