Antes da chegada dos portugueses, o território que hoje se chama Angola foi habitado por diferentes povos que construíram Estados, sendo os mais conhecidos foram o Kongo, Ndongo, Wíla, Humbe, o império Lunda e a Confederação dos Estados Ovimbundu. Atribui-se aos portugueses a desorganização e destruição destes Estados, pois os Estados africanos não resistiram aos longos anos de tráfico de escravos e de colonização. Após a Conferência de Berlim os portugueses designaram todos os territórios conquistados a Sul do Estado Kongo de Angola. Na luta de libertação nacional que se seguiu, os povos enveredaram por nacionalismo territorial, pelo que, mantiveram as fronteiras herdadas do colonialismo logo após a independência, pretendendo constituir-se em Estado-nação. A construção do Estado-nação em Angola é um processo que percorre um longo caminho. Refere-se que, a religião tomou a dianteira nessa construção, pois na luta anticolonial um grupo de religiosos encabeçados pelo profeta Simão Gonçalves Toco resistiram contra o evangelho de colonização criando os alicerces da identidade religiosa angolana descrita aqui por angolanidade regiosa. O estudo procura responder a questão: Em que se basifica a construção da angolanidade religiosa? O objectivo do texto foi analisar as bases para construção da angolanidade religiosa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujo procedimento técnico é a pesquisa bibliográfica. Os resultados da pesquisa nos permitem inferir que as bases da angolanidade religiosa ajustam-se no projecto gizado por Simão Gonçalves Toco que conseguiu unir os povos de Angola sobre uma única religião, sem distinção, partilhou os elementos culturais dos quatro espaços sócio-culturais de Angola criando uma religião onde todos se sentem em casa. Conclui-se que as bases para a construção da angolanidade religiosa assentam na partilha de traços culturais que colocou as diferentes culturas em diálogo permanente, criando desta feita, a cultura tocoísta, fundamento da angolanidade religiosa.