Avaliar para aprender: um ato de insubordinação criativa

Abstract

Com o fechamento das escolas em 2020, surgiu a necessidade de ressignificar as atividades de ensino para modelos não presenciais e, consequentemente, adaptar as formas de avaliação. Os professores se viram obrigados a se reinventar, buscando estratégias diversificadas e, até mesmo, insubordinadas, no sentido criativo sugerido por D’Ambrosio e Lopes (2015), para ensinar e avaliar. A questão que afligiu diversos professores, ‘como avaliar à distância?’ nos fez refletir em uma questão antiga, mas ainda atual, ‘para que avaliar?’. As concepções de avaliação atravessaram o século passado, constituindo quatro gerações: a avaliação como uma medida, uma descrição, um juízo de valor e a Geração da Avaliação como Negociação e Construção. As três primeiras são alicerçadas no paradigma psicométrico de avaliação, no qual há uma tendência de a avaliação centrar-se mais nos resultados ou nos produtos do que no processo de aprendizagem. A quarta geração pode ser apresentada como uma avaliação insubordinada, pois está relacionada com o feedback formativo e com a dupla diversificação avaliativa. Assim, este trabalho também apresenta práticas avaliativas insubordinadas dentro da sala de aula tradicional e dentro de ambientes virtuais de aprendizagem, revelando que é possível sair do paradigma positivista, e transformar a avaliação da aprendizagem em uma avaliação para a aprendizagem, mais construtivista, mais dialógica, mais inclusiva. Avaliar para aprender pode ser uma utopia no sentido freiriano da palavra, mas não há nada mais insubordinado do que sonhar.

Online Peer Assessment for Learning: Findings from Higher Education Students

“…AoL is "assessment used to confirm what students know, to demonstrate whether or not the students have met the standards and/or show how they are placed in relation to others" [15] (p. 7). Over the years, assessment in schools has largely had this summative function, where students' results are measured through tests and examinations, and their progress is subject to socially implemented standards [16]. More recently, educational policies have focused on using assessment more effectively to enhance student learning [15], highlighting the formative purpose of AfL and AaL.…”

“…Within an alternative evaluation culture, and based on the concerns for quality and validity of assessment practices, the authors Pereira, Oliveira, and Tinoca [30] propose a conceptual framework that led to the PrACT model [16,17,21,22]. This framework can be used "as a reference in the definition of an alternative digital strategy for online, hybrid (blended learning) or face-to-face contexts with strong use of technologies" and "constitutes a framework for the quality of a given assessment strategy" [24] (p. 318).…”

Estratégia De Avaliação Do Aprendizado No Ensino Superior: Com Base Em Metas vs Com Base No Impacto

“…Este exame, ainda, representa um documento comprobatório de seu desempenho. Há nesse contexto, uma finalidade jurídica no exame, fazendo com que a aprovação ou reprovação do estudante seja legitimada, fornecendo a garantia de que ele atingiu conhecimento mínimo para as próximas etapas ou certificação (VAZ et al, 2021). No entanto, que profissionais as Universidades têm formado, adotando em sua maioria esse tipo de avaliação de aprendizado, baseado na transferência de conhecimento, e não no desenvolvimento de habilidades?…”

“…Uma das principais necessidades foi em relação a forma de avaliação tradicional, que já não cabem mais nos modelos de sala de aula online, onde os estudantes têm acesso a todo conteúdo da web em tempo real (PEREIRA et al, 2015;VAZ et al, 2021). Uma vez que as práticas avaliativas adotadas pelos professores tendem a influenciar o desenvolvimento dos estudantes (GARCIA, 2009), devemos explorar de forma inteligente todos os meios de acesso o qual o ambiente virtual de aprendizado tem nos proporcionado, ao invés de insistir nos métodos de aprendizagem e avaliação de outros tempos.…”

“…A utilização de portfólios, PBL (aprendizado baseado em projetos), feedback, avaliação colaborativa, estudo de caso, são alguns exemplos de métodos avaliativos que proporcionam o desenvolvimento da autonomia dos alunos, bem como o sentido de responsabilidade e reflexão diante de seu próprio aprendizado. Além de maior contato entre aluno-professor; despertar o interesse e envolvimento dos estudantes; proporcionar autoconfiança (RANGEL et al, 2003;FLORES et al 2017;SANTOS;KROEFF, 2018;VAZ et al, 2021).…”