Biodisponibilidade de compostos fenólicos: um importante desafio para o desenvolvimento de fármacos?

Abstract

ResumoAs substâncias fenólicas constituem uma importante classe de metabólitos secundários, amplamente distribuídas no reino vegetal. Diversas atividades biológicas in vitro são atribuídas a essa classe de substâncias. Entretanto, algumas dessas substâncias não apresentam o mesmo perfil de atividade nos ensaios in vivo. Parte disso pode ser explicada pela baixa biodisponibilidade dessas substâncias. As principais razões encontradas para este fato podem ser a baixa solubilidade em meio aquoso, a fraca estabilidade gastrointestinal, a dificuldade em atravessar membranas e a rápida e extensa metabolização. Os metabólitos produzidos na biotransformação pela microbiota intestinal e por enzimas hepáticas poderiam explicar a baixa eficácia dessas substâncias. Em contrapartida, a biotransformação também pode originar metabólitos potencialmente mais ativos que as substâncias originais. Diante da relevância do tema, este artigo tem como objetivo abordar os impactos da metabolização das substâncias fenólicas sobre o efeito farmacológico. Adicionalmente, serão apresentadas estratégias que podem ser utilizadas para aumentar a bioeficácia dessas substâncias, e consequentemente, contribuir para o aproveitamento dessa classe química no desenvolvimento de fármacos de origem vegetal.Palavras-chave: Substâncias fenólicas; atividades biológicas; metabolismo; biodisponibilidade; formulações; pró-drogas. AbstractPhenolic substances are an important class of secondary metabolites widely distributed in the plant kingdom. Several biological activities in vitro are assigned to this class of substances. However, some of these substances do not have the same profile of activity in in vivo assays. This fact could be partially explained by the low bioavailability of these substances. The main reasons for this low bioavailability may be low aqueous solubility, poor gastrointestinal stability and difficulty crossing membranes. The rapid and extensive metabolism by the intestinal flora and by some liver enzymes of phenolic substances after oral administration, may explain the poor bioavailability. In contrast, biotransformation can also lead to metabolites potentially more active than the original substances. Given the importance of the topic, this article aims to address the impacts of metabolism of phenolic substances on their pharmacological effects. Additionally, we show strategies to improve the bioefficacy of these substances, contributing to their use in the development of drugs of vegetal origin.

Plant Phenolics: Bioavailability as a Key Determinant of Their Potential Health-Promoting Applications

“…However, derivatives of phenolic compounds can also reach the kidney to be excreted. Large and extensively conjugated metabolites are eliminated in the bile, while small conjugated metabolites, such as monosulfate derivatives, are excreted in urine [ 13 ]. Previous studies showed that urinary concentration of some catechins of tea ranged between 0.5–6% of initial intake, while concentration of epicatechin of cocoa in urine was up to 30% of initial intake [ 29 ].…”

“…An example of a plant lignan is secoisolariciresinol diglucoside. When ingested, this compound is first converted into enterodiol and eventually transformed into enterolactone by microbial enzymes in the colon [ 13 ].…”