Câncer de Mama e Atividade Física: Percepções durante a Pandemia de Covid-19

Abstract

Introdução: O cenário de isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19 tem representado um desafio para a saúde física e mental de mulheres em tratamento do câncer de mama. Objetivo: Investigar a percepção dos impactos da pratica da atividade física remota nos sintomas clínicos e físicos de mulheres com câncer de mama durante o isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19. Método: Estudo qualitativo e exploratório com 32 participantes com câncer de mama de um programa de extensão de uma universidade publica do Sul do Brasil. O roteiro de entrevista, aplicado nos meses de abril e maio de 2020, foi composto por 30 questões abertas e fechadas, cujos dados foram transcritos na integra e analisados a partir da técnica de Analise de Discurso. Resultados: Três aspectos ganharam destaque na analise (categorias a priori), considerando-se o efeito do tempo, nomeadamente: a) aspectos pessoais e clínicos; b) aspectos físicos e clínicos antes e durante o isolamento social (nível de atividade física, dor e disposição geral); c) aspectos relacionados a pratica de atividade física realizada de forma remota (percepções gerais acerca das adaptações as atividades remotas e dificuldades em realizar a pratica no ambiente domiciliar). Conclusão: O isolamento social imposto pelo perigo iminente do contagio parece ter contribuído para o acirramento dos sintomas clínicos e físicos do câncer de mama, tais como o aumento percebido do linfedema e as dores, sobretudo no braço correspondente a cirurgia oncológica, além de refletir em uma diminuição significativa da pratica regular de atividade física.

Tratando o câncer de mama em tempos de COVID-19: uma revisão integrativa

“…Após leitura na íntegra e crítica dos trabalhos selecionados para essa revisão integrativa foi possível identificar quatro categorias de estudos, são elas: 1) Recomendações: nove estudos (Soran, et al, 2020;Al-Shamsi, et al, 2020;ABRAFISM, 2020;Batra, et al, 2021;Rezende, et al, 2020;Macedo, et al, 2020;Curigliano, et al, 2020;Moreno, et al, 2020;Damani, et al, 2020); 2) Prática de atividade física: três estudos (Lyra, et al, 2021;Natalucci, et al, 2021;Pinto, et al, 2020); 3) Aspectos psicológicos: dois estudos (Vanni, et al, 2020e Rossetto, et al, 2021; 4) Impactos nos sistemas de saúde: cinco estudos (Papautsky, et al, 2020;Azar, 2021;Moura, et al, 2021;Araújo, et al, 2020;Busheri, et al, 2021).…”

“…A evidência científica aponta que além de ser fator protetor, a prática de atividade física, após o diagnóstico de câncer de mama, tem sido correlacionada com um aumento da qualidade de vida e da sobrevida das pacientes (Sabino, et al, 2012). No entanto, as medidas de distanciamento social, adotadas em todo o mundo, podem ter diminuído os níveis de atividade física entre mulheres com diagnóstico de câncer de mama, contribuindo para o acirramento de sintomas clínicos e físicos relacionados a essa condição de saúde (Lyra, et al, 2021). Esse fato pode ser confirmado pelo estudo de Natalucci e colegas, em 2021, em que foram analisados dados de mulheres com câncer de mama, participantes da Coorte DianaWeb, no início da pandemia de COVID-19, e seus resultados demonstraram um aumento de comportamentos sedentários e queda da qualidade de vida entre essas mulheres.…”

“…Os resultados do estudo de Lyra e colaboradores, em 2021, que avaliou a prática de exercícios terapêuticos em 22 mulheres, mostraram uma piora na sensação de cansaço durante o período pandêmico além de um aumento das dores corporais. Desta forma, os autores reforçam a necessidade de uma reorganização da prática de atividade física, por meio do acompanhamento remoto para a manutenção da assistência, apesar de ter níveis de adesão e comprometimento insatisfatórios (Lyra, et al, 2021). Já o estudo de Pinto e colegas, em 2020, demonstrou que após 12 semanas de um programa de exercícios supervisionados remotamente a percepção de fadiga de mulheres sobreviventes de câncer de mama permaneceu estável.…”

Judicialization and cancer: quality of life of patients and caregivers in the COVID-19 pandemic

“…Pain is a multifactorial symptom influenced by emotional factors and a sedentary lifestyle that can cause progressive suffering [ 90 – 92 ].…”