“Escolha e acesso às melhores escolas do Rio de Janeiro: Um rito de passagem”, de Rosistolato (2015), se propõe a pensar fenômenos educacionais a partir da teoria antropológica clássica dos rituais. Para isso, o autor investiga os eventos de “remanejamento” e “realocação” entre o primeiro e segundo ciclo do ensino fundamental, em escolas públicas das Zonas Norte e Sul da cidade do Rio de Janeiro, como um ritual de passagem que envolve não apenas questões de burocracia escolar, que automaticamente executaria essas práticas com esses estudantes, mas, também, critérios que vão além do que está explícito dentro do mecanismo escolar. Além disso, Rosistolato cria a categoria de “rituais de boa escola”, que seriam rituais em que as famílias das crianças praticam ações que envolvem funcionários do estado a fim de fazer com que seus filhos sejam “realocados” e “remanejados” para as melhores escolas da cidade. Os achados desta pesquisa demonstram que há estigmatização de estudante, pois estudantes considerados “bons” são transferidos para escolas, também, “boas”, e os estudantes com baixo desempenho vão para escolas com baixo prestígio.