Comparações fl orísticas e estruturais entre duas comunidades lenhosas de cerrado típico e cerrado rupestre, Mato Grosso, Brasil RESUMO (Comparações fl orísticas e estruturais entre duas comunidades lenhosas de cerrado típico e cerrado rupestre, Mato Grosso, Brasil). Comparou-se a riqueza, a composição fl orística e a estrutura da vegetação lenhosa entre um hectare de cerrado rupestre (CR) e um de cerrado típico (CT) no leste Mato-grossense. A riqueza registrada (CT = 79 e CR = 71) e estimada pelo método de bootstrap (CT = 86,7 ± 2,3 e CR = 75,8 ± 1,8) foi maior no CT, mas o índice de diversidade foi igual entre as duas fi sionomias (3,58 no CT e 3,56 no CR; teste t de Hutcheson = t 2;0,05 = 0,43, p > 0,05). Apesar da elevada similaridade fl orística (Sørensen = 0,75 e Morisita = 0,73), a análise de ordenação (DCA) separou as parcelas do CT e do CR, indicando a seleção de espécies nas duas fi sionomias. Foram registradas altas porcentagens de indivíduos mortos no CT (28,1%) e no CR (17,3%), devido à ocorrência de uma queimada quatro meses antes da amostragem da vegetação. A área basal por parcela foi maior no CR, enquanto as densidades por parcela, as alturas e os diâmetros medianos dos indivíduos, não diferiram entre as duas fi sionomias, sugerindo que o solo raso e o afl oramento rochoso no CR não limitaram o estabelecimento e o desenvolvimento da fl ora lenhosa.Palavras-chave: diversidade, fogo, savana, substrato rochoso Letícia Gomes 1,2 , Eddie Lenza 1 , Leandro Maracahipes 1 , Beatriz Schwantes Marimon 1 e Edmar Almeida de Oliveira 1 ABSTRACT (Floristic and structural comparisons of two woody communities of typical and rocky cerrado in the state of Mato Grosso, Brazil). In this work, the vegetation richness, fl oristic composition and the structure of woody plants of 1 hectare of rocky cerrado ("cerrado rupestre") (CR) and 1 hectare of typical cerrado (CT), in eastern Mato Grosso, were compared. Th e observed (CT = 79 and CR = 71) and the estimated richness (CT = 86.7 ± 2.3 and CR = 75.8 ± 1.8), using bootstrap analysis, were higher in the CT, but the diversity index was the same for both physiognomies (3.58 in CT and 3.56 in CR; Hutcheson t test = t 2;0.05 = 0.43, p > 0.05). Despite high fl oristic similarity (Sørensen = 0.75 and Morisita = 0.73), the ordination analysis (DCA) separated the CT and CR plots, which indicated species selection in both physiognomies. A percentage of dead individuals in CT (28.1%) and CR (17.3%), due to fi res four months before sampling took place, was also found. Th e CR basal area per plot was higher, and densities per plot, heights and mean diameters of individuals did not diff er between both physiognomies, which suggests that the shallow soil and rocky outcrop of CR have not limited the establishment and development of the woody fl ora.