A gravidez promove alterações fisiológicas que predispõem maior risco para alterações bucais e consequentemente, aumenta a necessidade de atenção em saúde bucal. Nesse contexto, o objetivo do estudo foi verificar o grau de conhecimento das gestantes em relação ao pré-natal odontológico e avaliar a qualidade da saúde bucal. Foi realizada uma pesquisa de caráter transversal, com abordagem descritiva e quantitativa, contando com a participação de 50 gestantes usuárias do Sistema Único de Saúde. Entre os principais resultados obtidos verificou-se que, 68% das entrevistadas não conheciam o pré-natal odontológico, 58% relataram ter passado ao menos 1 vez pela consulta com o cirurgião-dentista na UBS, 96% relataram ter sido orientadas a procurar o atendimento odontológico durante a gravidez, 92% reconheceram a importância do cirurgião-dentista no pré-natal, 80% responderam ter ciência que a saúde bucal pode interferir na gestação, 64% apresentaram conhecimento sobre a importância da amamentação para o desenvolvimento craniofacial do bebê, 92% sabiam da necessidade da higienização da cavidade oral do bebê após amamentação, 32% ficaram inseguras sobre quais tratamentos poderiam ser realizados durante a gestação, 43,8% das gestantes examinadas possuíam cárie dentária e 29,2% doença periodontal. Conclui-se que apesar da existência de políticas públicas voltadas à saúde bucal da gestante, a adesão ao pré-natal odontológico ainda é baixa; que mitos, crenças populares e o próprio medo são fatores preponderantes sobre o atendimento odontológico; a falta de conhecimento e informação contribuem para que o atendimento odontológico seja postergado, quer pela gestante, quer pelo profissional da odontologia; ademais, verifica-se a necessidade de um trabalho multidisciplinar mais efetivo, a fim potencializar informações, ressaltando a importância da realização do pré-natal odontológico junto ao pré-natal médico, de modo a proporcionar atendimento integral às gestantes e ao mesmo tempo garantir a saúde materno-infantil.