Consulta de enfermagem como espaço educativo para o autocuidado do paciente com pé diabético

Abstract

Objetivos: Realizar uma ação educativa para o autocuidado do paciente com pé diabético e avaliar o conhecimento apreendido. Método: A ação educativa ocorreu no Ambulatório de Feridas e Pé Diabético, no interior do estado de São Paulo, em pacientes com pé diabético. Durante a consulta de enfermagem, foi realizada uma ação educativa para as práticas de autocuidado com os pés. No fim, aplicou-se um questionário para avaliar o conhecimento apreendido. Foi utilizada a estatística descritiva. Resultados: A amostra foi composta de 42 pacientes, sendo 54,8% do sexo masculino, com média de idade de 63,0 (±13) anos. Do total, 80,3% tinha diagnóstico de diabetes mellitus (DM) havia mais de 10 anos, e o pé diabético (100%), a retinopatia (47,4%) e a cardiopatia (34,2%) foram as complicações mais frequentes. A maioria compreendeu que a alimentação saudável (85,7%) e o exercício físico (100%) são necessários para manter o nível glicêmico controlado. Em relação ao autocuidado com os pés, 80,9% dos pesquisados inspecionam os pés diariamente, 95,2% os lavam com água fria para morna, 7,2% relataram dúvidas quanto à hidratação, 4,8% faziam o corte arredondado das unhas, 14,3% retiravam a cutícula na manicure, 16,7% utilizavam sandálias, e 9,5% calçavam tipos de meia inadequados. Conclusão: Acredita-se que as contribuições deste estudo estejam no desafio de sensibilizar a população para a adoção de hábitos saudáveis e para a implementação de práticas educativas direcionadas ao encorajamento do autocuidado.

A educação para a integralidade do cuidado em saúde

“…O artigo original deste número da Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba (RFCMS) "Consulta de enfermagem como espaço educativo para o autocuidado do paciente com pé diabético", de Assuncim et al, 1 provoca importantes reflexões sobre a importância das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como as principais causas de complicações clínicas a longo prazo, de redução da esperança de vida, de perda de capacidade laborativa, de diminuição da expectativa de vida livre de incapacidade funcional, de necessidade de utilização com consequentes custos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e de maior vulnerabilidade dessas pessoas quando são acometidas por outras doenças. 2 Quais são as estratégias mais efetivas para prevenir tantos transtornos para o indivíduo, a família e a sociedade?…”

“…O aumento da expectativa de vida nem sempre é acompanhado de tempo de vida com qualidade e livre de incapacidades. O estudo de Assuncim et al 1 realizado em uma unidade de cuidados secundários abordou pessoas sabidamente portadoras de pé diabético, uma complicação crônica da doença, evitável na maioria das vezes. Tão evitável quanto as outras complicações presentes nos mesmos participantes, a retinopatia diabética (47,4%), com importante limitação visual, a cardiopatia (34,2%) e a nefropatia (não mencionada).…”