O crescente número de infecções no ambiente odontológico surge como alerta para o uso criterioso de equipamentos de proteção individual bem como o estudo da segurança microbiológica destes possíveis veículos de agentes infecciosos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi, avaliar a presença de microrganismos em luvas de procedimentos usados na rotina de atendimento das clínicas odontológicas da Faculdade de Odontologia da Universidade de Pernambuco (FOP/UPE). Ao todo, foram analisadas 10 caixas de luvas, sendo 7 de látex e 3 nitrílicas, provenientes de dez marcas diferentes de uso rotineiro no ambiente odontológico. De cada marca, foram coletadas duas amostras: a primeira, foi proveniente de uma luva cuja a caixa foi recém aberta em ambiente laboratorial, enquanto que, a segunda, foi oriunda de uma caixa aberta exposta ao ambiente clínico odontológico rotineiro. As luvas avaliadas não foram utilizadas ou manipuladas em nenhum momento pelos profissionais e a coleta das amostras foi realizada com o auxílio de um Swab esterilizado. As amostras foram cultivadas em meio Ágar Sabouraud dextrosado acrescido de cloranfenicol e o meio Mueller-hinton e incubada em estufa à temperatura de 34° ± 2°C por 2-3 dias para posterior identificação. Conclui-se que não havia contaminação nas luvas de procedimentos comercializadas, assim como, também não houve contaminação nestas após exposição em clínica. Demonstrando serem pertinentes as medidas de biossegurança empregadas na clínica-escola, bem como a boa manipulação do EPI. Dessa forma, apesar do resultado, o controle da carga microbiana das luvas de procedimentos utilizadas na assistência odontológica, bem como o rigor com as medidas de biossegurança, mostra-se imprescindível para que o atendimento em saúde bucal seja de fato eficaz em reduzir ao máximo as infecções cruzadas.