Introdução: A criptococose é uma micose sistêmica causada pela inalação de esporos viáveis do fungo Cryptococcus spp. As principais espécies em humanos são Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii, que se associam, respectivamente, às condições de imunodepressão celular e à infecção primária de indivíduos imunocompetentes. O pulmão é o sítio primário mais comum, logo após o sistema nervoso central. Apresentação do caso: JMF, masculino, 39 anos, apresentava queixa de tosse produtiva associada a desconforto respiratório aos moderados esforços, há cerca de 04 meses. Portador de HIV, sem outras comorbidades. Ao exame físico, sinais vitais estáveis, ausculta pulmonar com diminuição do murmúrio vesicular à direita. Na tomografia computadorizada (TC) de tórax evidenciou-se múltiplas opacidades nodulares difusas e de tamanhos variados, com presença de broncograma aéreo. Paciente foi submetido a biópsia por agulha percutânea e a análise do anatomopatológico constatou Criptococose Pulmonar. Discussão: A Criptococose pulmonar era considerada uma afecção rara, quando a prevalência de imunossuprimidos aumentou consideravelmente no século XX, sobretudo devido a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). As manifestações clínicas são inespecíficas, variam desde infecção autolimitada até a disseminada, com meningoencefalite. O estado imunológico do paciente é o fator de risco e de prognóstico mais importante, influenciando tanto na evolução clínica quanto na abordagem terapêutica. Conclusão: Tendo em vista a similaridade dos sinais e sintomas com outras infecções pulmonares e ao potencial de gravidade da doença, principalmente em portadores de imunodeficiência, é de suma importância o diagnóstico precoce e o uso apropriado dos agentes antifúngicos para a redução da morbimortalidade.