De “Ilha da Magia” à cidade criativa – reposicionamento e transformações urbanas em Florianópolis (SC)

Abstract

O presente artigo analisa a trajetória recente de Florianópolis (SC) para se tornar uma cidade criativa. Ao mesmo tempo em que se eleva o status de metrópole regional, a alcunha de “ilha da magia” vai se desvinculando da sua identidade original e volta-se à exploração da diversão e de prazeres. A partir da sua aprovação na Rede de Cidades Criativas da UNESCO (UCCN em inglês), a cidade se projeta como um destino gastronômico e o slogan “Floripa – cidade criativa” emerge no sentido de reforçar a modalidade turística voltada ao turismo de negócios e eventos. Uma série de estratégias de reposicionamento territorial foi analisada como: a) instalação de incubadoras e startups de economia criativa; b) vídeos institucionais buscando promover a cidade para outros países do MERCOSUL; c) incentivo a artistas locais na realização de grafismos em murais artísticos. Como reflexão, alguns indicadores apontam para grandes desafios quanto aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a delineada gentrificação no centro histórico. Como conclusões, analisa-se a mudança de posicionamento voltado a busca por outro perfil de turista que não nega a “ilha da magia”, mas busca agregar atributos urbanos e cosmopolitas à cidade diante de um cenário competitivo entre destinos turísticos.

Educação Empreendedora nas Artes: perspectivas e desafios

“…A atuação do poder público pode ser observada ainda no apoio de projetos como o AdeSampa, voltado ao incentivo de negócios criativos em comunidades das periferias de São Paulo; o SouCuritiba, que fomenta o desenvolvimento de souvenirs, gerando oportunidades de negócios para produtores locais; ou o Street Art Tour, aplicativo criado na cidade de Florianópolis que visa explorar o potencial de empreendimentos artísticos locais (Tischer & Tarouco, 2022).…”

Estratégias e serviços públicos municipais no contexto da cidade digital estratégica

“…As cidades ao adotarem estratégias promovem funções para essas estratégias, tais como: mobilização de atores sociais, auxiliando na legitimação da tomada de decisões do governo local (Brorström, 2017); capacitação ou projeção de mudanças no posicionamento territorial e posicionamento estratégico da cidade, contribuindo para a requalificação urbana ou para o enraizamento do pertencimento e da promoção do patrimônio cultural-local (Tischer & Tarouco, 2022).…”

“…Contudo, não existe uma estratégia universal para as cidades porque cada cidade tem necessidades distintas (Siokas, Tsakanikas & Siokas, 2021). Essa situação evidencia a necessidade de políticas públicas como sendo estratégias criativas combinadas que garantem maior efetividade nas dinâmicas urbanas (Tischer & Tarouco, 2022). Faz-se ainda necessário que as estratégias sejam oriundas de um entendimento profundo sobre as situações urbanas para poderem propor soluções adequadas e acessíveis a uma dada realidade (Bambó-Naya et al, 2022;Edwards & Green, 2022).…”

“…Uma forma de garantir os direitos dos cidadãos é por meio das estratégias urbanas, utilizadas como instrumento na tomada de decisões das mudanças e crises dos municípios (Bañales-Mallo et al, 2019;Marom, 2019). Além disso, o posicionamento estratégico de uma cidade pode contribuir com a requalificação urbana, influenciando no grau de pertencimento da população local (Tischer & Tarouco, 2022). Os investimentos presentes numa cidade, por exemplo, podem ser estratégias localizadas na escala local, de forma a agregar valor à competitividade entre cidades (Tischer & Tarouco, 2022).…”

“…Além disso, o posicionamento estratégico de uma cidade pode contribuir com a requalificação urbana, influenciando no grau de pertencimento da população local (Tischer & Tarouco, 2022). Os investimentos presentes numa cidade, por exemplo, podem ser estratégias localizadas na escala local, de forma a agregar valor à competitividade entre cidades (Tischer & Tarouco, 2022). Pode-se ainda correlacionar a implementação de estratégias às formas de responder aos problemas sociais ou situações problemáticas (Calánchez et al, 2022) e à reorganização do território (Vásconez, 2022), avançando-se no desenvolvimento de estratégias urbanas que promovam a acessibilidade (Edwards & Greene, 2022).…”