O artigo investiga as percepções dos diretores de escolas estaduais de Minas Gerais, Brasil, sobre as estratégias de prevenção à violência adotadas nas unidades de ensino sob sua gestão. Os dados são provenientes da pesquisa Violência em escolas e programas de prevenção, coordenada pelo Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública da Universidade Federal de Minas Gerais (Crisp/UFMG) em 2012. A metodologia se baseia na análise de conteúdo de 79 entrevistas semiestruturadas concedidas por gestores de escolas que, naquele ano, ofertavam turmas dos anos finais do ensino fundamental, do ensino médio e da educação de jovens e adultos. O trabalho identifica três categorias de prevenção adotadas segundo a complexidade dos eventos e o público-alvo: estratégias primárias, secundárias e terciárias de prevenção à violência. Os resultados apontam que as estratégias secundárias, orientadas para situações em que há fatores pessoais ou contextuais de risco, e as terciárias, que se dão quando a violência já ocorreu, tendem a ser conduzidas por atores externos, como a Polícia Militar. As equipes pedagógicas se concentram em ações que antecedem a violência e são direcionadas a toda a comunidade escolar, mesmo quando realizadas em sala de aula (prevenção primária). O trabalho contribui para o debate sobre a ampliação da liderança da gestão educacional (na escola e nos órgãos municipais e estaduais) na prevenção à violência em todos os níveis de intervenção.