Resumo Nos últimos três quinquênios, o Brasil reduziu consideravelmente o gap de emprego entre homens e mulheres: enquanto o emprego formal masculino aumentou 46% entre 2003 e 2018, o feminino cresceu 74%, constatando maior participação das mulheres no mercado de trabalho. Essa tendência é compartilhada na região da América Latina. Parte disso pode ser explicado por fatores setoriais (hipótese de segregação), especificamente a saída das mulheres dos empregos nos setores agrícola e industrial e o aumento do emprego feminino nos serviços. O objetivo deste artigo é decompor as fontes de variação do emprego feminino no Brasil no período de 2003-2018. A análise é baseada no método shift-share, que permite mensurar, por meio da decomposição do crescimento do emprego, a contribuição agregada, setorial e de gênero. Os cálculos são apresentados para três subperíodos: 2003-2011, 2011-2014 e 2014-2018, os quais correspondem a diferentes fases dinâmicas do mercado de trabalho brasileiro. Os resultados mostraram que os componentes que mais impulsionaram o emprego feminino foi o agregado, seguido de gênero.