O trabalho tem como objetivo analisar a hashtag “Marielle Presente” a partir das relações entre discurso, luto e memória. Parte-se da questão de como as vítimas da violência estatal constroem suas memórias. Tomando por base as considerações de Mbembe (2017) e Butler (2014) sobre a distribuição social das vulnerabilidades sociais, debatemos o processo discursivo que se instaura entre o gesto de denúncia, a elaboração e a formulação do luto desses sujeitos e sua luta pela memória. Tomamos a tag como paradigma de análise e nos debruçamos sobre suas condições de produção, bem como na sua formulação. Por fim, pode-se afirmar que o processo de circulação e formulação desses dizeres são marcados pela relação de presença-ausência, que possibilita ao sujeito enunciador, ao evocar um nome, também falar de si mesmo.