Estudos evidenciam que o consumo de alimentos ultraprocessados aumentam o risco de doenças crônicas não transmissíveis. Desta forma, este estudo teve como objetivo investigar a qualidade da alimentação da comunidade universitária baseado no Guia Alimentar para População Brasileira. Realizou-se estudo observacional analítico, com delineamento transversal. Participaram da pesquisa estudantes universitários, professores, coordenadores acadêmicos e demais funcionários, respeitando os seguintes critérios de inclusão: ambos os sexos, idade de 18-60 anos, vínculo formal com a Instituição, possuírem acesso à internet, e aceitarem participar através do termo de consentimento livre esclarecido eletrônico. Foi aplicado um questionário eletrônico QR-Code para avaliar qualitativamente hábitos de saúde e principalmente alimentares da amostra. Os dados foram coletados durante o período de setembro-dezembro/2019. O estudo apresentou aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa. A amostra total foi de 710 voluntários. A idade média foi 26,7±9,2 anos, sendo 87,2% mulheres, e 85,5% da categoria alunos. O índice de massa corporal (IMC) médio foi 24,2±4,5kg/m² (61,4% eutróficos, 34,5% com excesso de peso, 4,1% desnutridos). A pontuação média foi 39,4±10,9 pontos. A distribuição do padrão alimentar apresentou 41,4% "Excelente", 36,8% "Intermediária" e 21,8% "Alimentação deficiente". Ao considerar o vínculo, o padrão alimentar do funcionário é inferior ao do aluno, professor e coordenador (p ≤ 0,001). Na amostra total, as alunas eutróficas apresentaram melhor padrão alimentar. Foram encontradas correlações do IMC com pontuação do padrão alimentar (r=-0,224; p≤0,001) e idade (r=0,319; p≤0,001), e confirmadas por regressão linear do IMC com pontuação do padrão alimentar (β=-0,283; p≤0,001) e idade (β=0,343; p≤0,001). Conclui-se que a maioria da amostra relata qualidade da alimentação excelente, entretanto, 1 a cada 3 participantes apresenta excesso de peso. E, o padrão alimentar e a idade influenciaram no valor do IMC.