Efeitos astrofísicos e astrobiológicos de Gamma-Ray Bursts

Abstract

Ao iniciar um trabalho de doutorado, temos pouca idéia de como ele se tornará parte de nossas vidas. Muitos, como eu, iniciaram a carreira científica ainda jovens, inexperientes e autoconfiantes, assumindo esse compromisso sem ter a real dimensão do peso que carregariam. Um projeto de doutorado, no entanto, é um compromisso entre orientador e orientado, de responsabilidade e dedicação de ambas as partes. Tive a oportunidade de ter um orientador que, mais que Astronomia, ensinou-me a buscar minha independência intelectual e a não ter medo de grandes desafios. Obrigado Jorge, por seu incentivo, infinita paciência, bom humor e pelo autêntico chá turco. Agradeço a minha família, que sempre me incentivou a buscar meus sonhos e seguir meus próprios caminhos. Sem o apoio de meus pais e irmã nunca teria conseguido. Agradeço a todos meus amigos e colegas do IAG, do curso de Ciências Moleculares e da Física, com quem passei boa parte dos últimos anos. Agradeço também a todos os professores e funcionários da USP, que tanto me ensinaram. Agradeço, por fim, à Fapesp, que financiou meu doutorado.

Astrobiology in Brazil: early history and perspectives

“…In this meantime, those that could be considered the first PhD thesis in hard sciences in astrobiology were defended. Douglas Galante (USP), in 2009, advised by Professor Jorge E. Horvath, in astronomy (Galante 2009), on the study of the biological implications of high energy astrophysical phenomena, and Ivan G. Paulino-Lima (UFRJ), in 2010, advised by Professor Claudia Lage, in biophysics (Paulino-Lima 2010), in experimental simulation of extraterrestrial environment. Other theses, however, have already been defended before in themes related to astrobiology, such as astrochemistry and prebiotic chemistry, but with different emphasis.…”

Zona de Habitabilidade Galáctica para Vida Simples e para Vida Complexa

“…Lineweaver 2001 SNs não seriam asúnicas possíveis responsáveis por ameaçar a vida ou esterilizar regiões da Galáxia (Lineweaver et al, 2004;Gonzalez et al, 2001;Gowanlock et al, 2011;Prantzos, 2008;Gehrels et al, 2003), porque Gamma-Ray Burts (GRB) (Annis, 1999;Galante, 2009), perturbações gravitacionais de outras estrelas que poderiam influenciar na nuvem de Oort do sistema, aumentando a frequência de impactos cometários (Gonzalez et al, 2001), passagem por nuvens moleculares gigantes (McCrea, 1975) Embora alguns trabalhos tenham se detido na questão de qual influência GRBs poderiam ter sobre a vida (Galante, 2009;Scalo e Wheeler, 2002;Mellot et al, 2005;Peñate et al, 2010;Thomas et al, 2005a) e outros tenham proposto o seu impacto real na vida terrestre no passado (Mellot et al, 2004;Mellot e Thomas, 2009;Thomas et al, 2005b) esse ainda um tema pouco estudado.…”

“…Mas há um grande empecilho nisso, queé o tempo de exposiçãoà radiação aos quais as bactérias foram expostas e a intensidade dessa radiação. Galante (2009) fez um estudo simples do efeito direto da radiação de GRB em populações de bactérias, mas esse estudo foi facilitado pelo fato de que GRBs têm duração de cerca de 10 s, enquanto SNs podem durar por semanas ou meses com luminosidades até duas magnitudes inferioresà do pico. (Doggett e Branch, 1985) Os trabalhos sobre resistência de bactériasà radiação não exploram a longa exposição ao UV, concentrando em doses de 2´10 Jm´2s´1 por 10´200 s, quando uma SN tipo Ia teria a 10 pc uma fluxo de « 1 Jm´2s´1 durante o máximo, podendo ficar visível no céu horas por dia durante várias semanas enquanto ainda não tivesse decaído muito de luminosidade.…”

Habitabilidade na Via-Láctea em várias escalas

“…E comum na literatura considerar a influência que eventos de escala Galáctica de alta energia ou potencialmente esterilizantes teriam na vida. Alguns deles seriam supernovas (Gonzalez et al, 2001;Lineweaver, 2001;Gehrels et al, 2003;Lineweaver et al, 2004;Prantzos, 2008;Gowanlock et al, 2011), Gamma-Ray Burts (GRB) (Annis, 1999;Galante, 2009), perturbações gravitacionais de outras estrelas que poderiam influenciar na nuvem de Oort do sistema, aumentando a frequência de impactos cometários (Gonzalez et al, 2001), nuvens moleculares gigantes (McCrea, 1975), dentre outros. Nós não vamos considerar isso aqui.…”