El 'se' télico y la delimitación del complemento verbal en el español de Argentina y de Venezuela

Abstract

La telicidad es una noción aspectual semántica que se caracteriza por la presencia de un punto final inherente de la situación marcado lingüísticamente. En español, hay un clítico que se conoce por se télico que se puede usar solamente en sentencias que transmiten el valor aspectual télico. Según De Miguel (1999) la presencia de determinantes plurales indefinidos en el complemento verbal conduce a una lectura atélica y, por eso, no se puede usar el se télico en sentencias que contengan dicha construcción, al paso que, para Gomes y Martins (en prensa), basados en datos del español de España, esa construcción verbal conduce a una lectura télica y, por lo tanto, el uso del se télico es posible. Así, se objetiva en este trabajo verificar si se puede combinar el se télico con verbos cuyos complementos sean introducidos por determinantes plurales indefinidos en el español de Argentina y de Venezuela. Para este fin, se aplicó un test de juicio de gramaticalidad comentado a 15 hablantes nativos de esas variedades. Los resultados indican que dicha combinación es posible en ambas. Se discutió que el valor aspectual télico de una sentencia no depende de una cuantificación precisa para la delimitación del complemento.

Considerações teóricas sobre a telicidade: uma abordagem comparativa

“…Com relação à segunda oposição (pontualidade versus duratividade), o autor afirma que um evento pontual é aquele que não possui duração interna, como podemos observar no exemplo em (5), enquanto um evento durativo é aquele que dura por certo período de tempo, como no exemplo em (6).…”

“…De acordo com Leah (2010), as definições de telicidade presentes na literatura convergem no entendimento de que esse valor aspectual diz respeito à presença de um ponto final da situação, sendo comumente relacionado à noção de delimitação. Por isso, entende-se neste trabalho que a telicidade pode ser definida o ponto final inerente da situação marcado linguisticamente na sentença (COMRIE, 1976;DAHL, 1977;DECLERCK, 1979;SLABAKOVA, 2000;BERTINETTO, 2001;BASSO, 2007;MARTINS, 2020a;2020b).…”

“…Estudos mais recentes, por outro lado, advogam que a telicidade não seja um traço lexical dos verbos, mas um fenômeno presente no VP, que ocorre na sintaxe, após a concatenação dos itens (WACHOWICZ, 2008;ROTHSTEIN, 2008;MARTINS, 2020a;2020b). 5 Tal proposta toma como pressuposto a ideia de que o valor aspectual de telicidade é composicional e sua veiculação depende da interação entre os elementos presentes na sentença (VERKUYL, 2003;CELERI, 2008).…”

“…Comrie (1976) estipulou a existência de três oposições aspectuais semânticas: estatividade versus dinamicidade, pontualidade versus duratividade e telicidade versus atelicidade, sendo esta última o foco deste trabalho. A telicidade pode ser definida como a presença de um ponto inerente da situação marcado linguisticamente na sentença (COMRIE, 1976;DAHL, 1977;DECLERCK, 1979;SLABAKOVA, 2000;BERTINETTO, 2001;BASSO, 2007;MARTINS, 2020a;2020b). De acordo com Sigurðsson (2004), o inventário de categorias funcionais das línguas é universal e a diferença entre as línguas reside apenas na maneira como tais categorias são realizadas linguisticamente.…”

“…Vale destacar que um complemento direto delimitado é aquele capaz de atribuir um limite ao evento, visto que o NP contido nele é introduzido por um determinante capaz de conferir uma quantificação, ainda que não seja precisa. Dessa forma, podem introduzir esses complementos os numerais, como em (9) e (11); os determinantes singulares definidos e indefinidos, como em ( 12); e determinantes plurais definidos ou indefinidos, como em (13) (MOURE, 1990;DE MIGUEL, 1999;VERKUYL, 2003;SUÁREZ-CEPEDA, 2005;MARTINS, 2020a;2020b;GOMES, 2022). Porém, complementos sem determinantes direcionam a uma leitura atélica da sentença, como em ( 14).…”