Emissões de gases de efeito estufa pela deposição de palha de cana-de-açúcar sobre o solo

Abstract

ResumoBiocombustíveis contribuem para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). No Brasil, o principal biocombustível é o etanol de cana-de-açúcar. Além dos colmos, as folhas de cana-de-açúcar também podem ser usadas para produzir etanol. O objetivo deste trabalho foi avaliar as emissões de GEE (CO 2 , CH 4 e N 2 O) induzidas pela presença de palha sobre o solo. Três experimentos foram conduzidos em Latossolos, em Piracicaba: imediatamente após a colheita, aos seis e aos 12 meses após a colheita. Foram avaliados os efeitos de três doses de palha (0%, 50% e 100% da quantidade disponível na superfície) sobre as emissões. Imediatamente após a colheita, as emissões de CO 2 e CH 4 aumentaram com o aumento da quantidade de palha. Aos seis meses após a colheita houve consumo de CH 4 à medida que a quantidade de palha aumentou. Doze meses após a colheita, as emissões dos três gases foram similares, independentemente da quantidade de palha. Remover a palha de cana-de-açúcar não aumenta as emissões de GEE do solo em comparação ao manejo sem retirada da palha da superfície. Contudo, estudos adicionais são necessários para investigar os efeitos sobre a produtividade de cana-de-açúcar, sobre a erosão e sobre outros atributos do solo.Palavras-chave: dióxido de carbono, metano, óxido nitroso, etanol de segunda geração, resíduo vegetal. Greenhouse gases emissions due to sugarcane trash on the soil AbstractBiofuels are important to reduce greenhouse gases (GHGs) emissions to atmosphere. In Brazil, the main biofuel is ethanol from sugarcane. Beyond stalk, sugarcane sheets are also stating to be used to produce second generation ethanol. The objective of this work was evaluate soil GHGs (CO 2 , CH 4 and N 2 O) emissions induced by sugarcane trash on soil surface. Three experiments were done in an Oxisol, in Piracicaba region, taking in account three periods: immediately after sugarcane harvest, six and twelve months after harvest. In each experiment, we evaluated the effects of three sugarcane trash rates (0%, 50% and 100% of the quantity available at soil surface). Immediately after harvest, CO 2 and CH 4 emissions increased linearly with trash rate on soil surface. Six months after harvest there were CH 4 consumption by soil as trash on surface increased. Twelve months after harvest, emissions of the three gases were similar in all trash rates. Removing sugarcane straw from soil surface do not increase soil GHGs emissions as compared to the current management, in which 100% of trash is maintained on the soil surface. However, other studies are needed to investigate its effects under sugarcane yield, soil erosion and under other soil attributes.

Soil carbon dioxide efflux in conilon coffee (Coffea canephora Pierre ex A. Froehner) plantations in different phenological phases in tropical climate in Brazil

“…La Scala et al (2006) also find relationship between the CO2 flow and the aerial biomass stock in areas of native forest and sugar cane, respectively. Oliveira et al (2013), and Signor et al (2014) also reported a positive relationship between soil CO2 emissions and organic matter content, which is related to the addition of plant residues.…”

Emissões de óxido nitroso em solo com cultivo de cana-de-açúcar sobre palhada

“…Foram calculados também outros índices estatísticos propostos por Sentelhas et al (1997), como o erro absoluto médio (EAM), raiz do erro quadrático médio (RMSE), Coeficiente de determinação (CD), coeficiente de massa residual (CRM) e Eficiência. a) Erro absoluto médio (EAM): Em área cultivada com cana-de-açúcar colhida sem queima, na região de Piracicaba-SP, Signor et al (2014) observaram fluxos de N 2 O, em solo coberto com 0 Mg ha -1 de palhada, que variaram de 0,1 a 130 µg m -2 h -1 N-N 2 O, enquanto em solo coberto com 8,97 ha -1 os fluxos variaram de 10 a 75 µg m -2 h -1 N-N 2 O e em solo coberto com 17,95 Mg ha -1 de palha os fluxos observados foram de 10 a 55 µg m -2 h -1 N-N 2 O, aproximadamente. Os autores observaram ausência de efeito dos níveis de palhada sobre os fluxos de N 2 O aos 12 meses após a colheita, demonstrando ao final da safra que o fluxo médio no tratamento com 100% de palhada sobre a superfície do solo (17,95 Mg ha -1 ) não superou o tratamento controle, assim como o ocorrido neste experimento.…”

“…A magnitude das emissões de N 2 O do solo observada nesse ensaio está dentro da escala estipulada para outros sistemas de manejo do Brasil. Tais valores variam entre 10 e 800 µg N-N 2 O m -2 h -1 para tratamentos com manutenção de palhada e com aplicação de adubação nitrogenada (Cerri et al, 2009;Carmo et al,2013;Signor et al, 2014).…”

“…Embora a palhada da cana-de-açúcar tenha potencial para utilização na produção de bioenergia, os efeitos do seu manejo sobre as emissões de GEE do solo ainda são desconhecidos. Na literatura, os estudos realizados com a dinâmica das emissões de gases do solo sob palhada não são conclusivos em relação ao aumento ou redução dessas emissões (Signor et al, 2014;Vasconcelos et al, 2018). Outros estudos (Pitombo et al, 2016;Anjos et al, 2017;Satiro et al, 2017;Cherubin et al, 2018), no entanto, indicaram que as mudanças nas emissões de GEE podem estar ligadas às condições do solo modificadas pela quantidade de palha deixada na superfície, que favorece a atividade da biota do solo e, consequentemente, altera os fluxos de GEE.…”

Análise de desempenho ambiental da cogeração de energia elétrica a partir de adições sucessivas de biomassa em destilaria autônoma.

“…Quando a mesma questão é investigada no mérito ambiental as análises restringem-seà magnificação de emissões atmosféricas (LORA e TEIXEIRA, 2001;RIPOLI e RIPOLI, 2009). Ainda, se uma verificação ambiental de amplitude sistêmica foi realizada (SUGAWARA, 2012;CALDEIRA-PIRES et al, 2013;GIL et al, 2013;GUERRA et al, 2014;GUERRA, 2014;MILANEZ et al, 2014;SIGNOR et al, 2014;SILVA et al, 2014) Com esta investigação de ordem acadêmico-científica espera-se dar uma contribuição para que os setores sucroalcooleiro, e de planejamento energético, possam dispor de mais subsídios para seguir atuando de maneira proativa, consciente e responsável sobretudo, no tocante ao trato da variável ambiental, dentro da interface que claramente se estabeleceu entre ambos.…”