Ensaio sobre intencionalidade pedagógica e tradição: um tensionamento como princípio educativo

Abstract

Proposto como uma reflexão, desenvolvida a partir da análise de fontes teóricas e da experiência em formação de professores, neste texto tenho por objetivo evidenciar o tensionamento necessário entre as ideias de ‘intencionalidade pedagógica’ e de ‘tradição’ como elementos potentes à ação docente. Por meio de uma metodologia qualitativa, baseio o texto no processo de argumentação, pautado na exposição de fatos, explicitação de posicionamentos e articulação teórica para tecer suas propostas. Argumentando em favor de um trabalho em direção à ‘intencionalidade pedagógica’, apresento, como resultado principal, a proposição de colocar essa ‘intencionalidade pedagógica’ acima da ‘tradição’ por meio de seu constante tensionamento. Para isso, na construção da reflexão assinalo as diferenciações que assumo entre ‘intencionalidade pedagógica’ e ‘tradição’, trazendo elementos de outros autores e delimitando as especificidades apontadas no trabalho. Na sequência, no processo de reflexão encaminho que o tensionamento entre ‘intencionalidade pedagógica’ e ‘tradição’ seja tido como um princípio educativo, dadas as potencialidades que ele assinala na educação em geral e, em específico, no recorte apontado na Educação em Ciências. Ao final, proponho que o processo de tensionamento é mais produtivo do que a implicação dessas ideias em separado, assim como reitero a expectativa da reflexão de problematizar e contribuir com a produção de conhecimentos no campo educacional, especialmente na formação de professores.

A Coletividade do Conhecimento Didático do Conteúdo Químico no Contexto do Residência Pedagógica

“…Segundo Mora-Penagos e Parga-Lozano (2014), o ato de relatar, discutir e refletir possibilita que o professor possa desenvolver seus conhecimentos que permitem enriquecer sua ação docente e construção da autonomia docente. Corroborando essa ideia, as interações e o trabalho em equipe da tríade possibilitam a reflexão sobre e na prática, com vistas a formar um professor crítico e autônomo, com a consciência que suas escolhas, intencionalidades e ações, que interferem na formação do estudante (Maldaner, 2003, Zanon, 2003, Rodríguez & Pérez, 2015, Pastoriza, 2021. Nesse sentido, pode-se perceber a autonomia que P1 possibilitou aos residentes durante suas ações em sala de aula, e sobre isso O1 destaca "A liberdade que P1 dá para os residentes, mesmo tendo concepções diferentes, oportuniza que o residente consiga colocar em prática a sua ação docente" (O1, TR4).…”