Estimativa Da Taxa Anual E Sazonal Do Transporte Longitudinal Sedimentar Na Zona Costeira Do Litoral Oriental Do Rio Grande Do Norte

Abstract

No Estado do Rio Grande Norte, os eventos de erosão costeira ao longo da linha de costa vêm se intensificando no decorrer das últimas décadas. Os principais trechos afetados pela erosão costeira têm esse fenômeno atribuído, sobretudo, ao reduzido aporte fluvial de sedimentos, decorrentes das pequenas dimensões das bacias fluviais regionais, com frequentes barragens artificiais, e do desenvolvimento dos campos dunares decorrentes da perda de sedimentos das praias para o continente. Entretanto, o conhecimento do clima de ondas e da taxa de transporte de sedimentos ocorrentes na faixa litorânea são fatores fundamentais nos estudos sobre a erosão costeira. Este trabalho abordou como área de interesse a faixa litorânea da Barreira do Inferno e praias adjacentes, localizada em setor ao sul da capital, Natal/RN. Os objetivos principais incidiram em (i) avaliar métodos interpoladores para estimar a influência da batimetria na definição do transporte longitudinal de sedimentos (TLS); (ii) por meio do pacote computacional SMC-Brasil, modelar os processos físicos de geração, propagação e modificação do clima de ondas, com o intuito de distinguir a hidrodinâmica na área de estudo; (iii) estimar o TLS a partir da formulação de Bayram et al. (2007). Os resultados mostraram que o clima de ondas na faixa litorânea da Barreira do Inferno possui maior tendência de ondas provenientes de E e ESE. O potencial de TLS anual é da ordem de 50.000m³/ano no sentido Sul-Norte. O período chuvoso (meses de junho, julho e agosto) é o de maior contribuição para o transporte médio anual, aliado ao maior aporte de sedimentos do continente em direção à faixa litorânea.

Análise de Índices de Vulnerabilidade Física com uso de Geotecnologias na Região da Barreira do Inferno/RN

“…O Rio Pium compõe, acoplado a outros tributários (Pitimbu, Taborda e Água Vermelha), a bacia hidrográfica do Pirangi, imprescindível para a população do Município de Parnamirim, sobretudo no setor costeiro, que faz uso de suas águas para fins agrícolas, de potabilidade e balneabilidade. Tais fatos denotam a inviabilidade da expansão urbana descontrolada nesses setores, sem que os novos projetos urbanísticos provoquem algum dano ambiental e exponham as antigas e novas ocupações ou infraestruturas aos riscos inerentes dos processos costeiros, sobretudo diante da amplificação das forçantes hidrodinâmicas (ondas, marés, correntes e ventos) nos cenários contínuos de mudanças climáticas (AMARO et al, 2015;MATOS et al, 2020). Com esse viés condutor foi realizada a análise evolutiva das LC no intervalo de 31 anos com o DSAS em ambiente SIG para o cálculo do IVC, baseado nas imagens da série LANDSAT dos anos de 1984, 1993, 2005 e 2015.…”

“…No clima de ondas há predominância, em todas as estações do ano, de ondas de leste-sudeste e, sobretudo no verão, de leste, com alturas de onda significativa variando entre 0,5m e 2,8m (ALMEIDA et al, 2015). As correntes de deriva litorânea geram transporte de sedimentos de sul para norte (MATOS et al, 2020).…”

“…Os dados de amplitude de marés foram obtidos das tábuas de maré do banco de dados da Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN, Marinha do Brasil) para o porto de Natal de 1973 a 2012. Os dados de altura significativa de ondas na LC foram extraídos do Sistema de Modelagem Costeira do Brasil (SMC Brasil) para zona costeira da Barreira do Inferno (MATOS et al, 2020).…”

40 Years Extreme Offshore Waves off the Eastern Continental Shelf of Rio Grande do Norte, Northeast Brazil

“…Extreme sea level events have eroded and flooded lowlands along the coast of Rio Grande do Norte State (RN), Northeast Brazil, promoting damages to structures and buildings near shoreline (e.g., Scudelari et al, 2005;Santos-Jr. et al, 2011;Busman et al, 2014;Amaro et al, 2015;Scudelari et al, 2016;Marcelino et al, 2018;Prudêncio et al, 2019;Câmara et al, 2019;Matos et al, 2020;Scudelari et al, 2021;. Those processes have harmed urban goods, industries, tourism, traditional populations, beach recreation, real estate market and sensitive ecosystems (e.g., Boori et al, 2010;Busman et al, 2016;Marcelino et al, 2018;Aguiar et al, 2019;Silva et al, 2020;Weiner et al, 2021;Lacerda et al 2022;Zamboni et al, 2022).…”

“…The RN's coast lacks long-term monitoring data of physical variables, which would be useful for decision-takers for planning land use and mitigation measures against impacts related to metocean drivers (Amaro et al, 2015;Almeida et al, 2015;Matos et al, 2020). In this context, hindcast and remote sensing data rise as reliable sources of information to implement resilient solutions staring to coastline conservation (Vargas et al, 2021;Protásio et al, 2022).…”