Estresse ocupacional e saúde mental de trabalhadores da saúde no cenário da COVID-19: revisão integrativa

Abstract

Objetivo: identificar as evidências científicas relacionadas ao estresse ocupacional e a saúde mental de trabalhadores da saúde no cenário da COVID-19. Método: revisão integrativa da literatura realizada nas bases de dados: MEDLINE via PubMed, Embase, Scopus, Web of ScienceTM, CINAHL, LILACS, IBECS e BDENF em setembro de 2021. Resultados: quinze artigos compuseram a amostra desta revisão. Na síntese do conhecimento identificaram-se três eixos: Adoecimento mental do trabalhador: estresse e outras alterações psíquicas; Contexto estressor: fatores estruturais e intrínsecos; Estratégias de enfrentamento, fatores protetores e de preservação da saúde mental. Conclusão: as evidências apontam a necessidade de maiores pesquisas, com vista à elaboração de estratégias, desenvolvimento e implementação de programas que visem à prevenção, promoção e alívio do estresse ocupacional e sofrimento mental entre os trabalhadores da saúde em tempos de pandemias.

Estresse no trabalho, resiliência e adoecimento de profissionais que atuaram em serviços de urgência e emergência no contexto da pandemia de COVID-19

“…Dentre os inúmeros pontos de vista quanto à abordagem do estresse, vários pesquisadores contribuíram para sua conceituação, que comumente pode ser caracterizado como um desgaste geral do organismo, gerado pela incapacidade do indivíduo se adaptar a situações impostas pela vida (FERREIRA et. al., 2017;PEREIRA et al, 2021;RIBEIRO et al, 2018;RIBEIRO et al, 2022).…”

“…O crescimento do número de trabalhadores da área da saúde acometidos pelo estresse no trabalho é evidente, o que pode ser verificado nos resultados publicados por diversos estudos nos últimos anos (BARDAQUIM et al, 2020;LEITE et al, 2022;RIBEIRO et al, 2018;RIBEIRO et al, 2022;SACADURA-LEITE et al, 2019). Com isso, a literatura ressalta que as condições estressantes do ambiente laboral, associadas à dificuldade que o profissional tem para superar os eventos estressores, favorecem o desenvolvimento de determinadas doenças, destacando-se a Síndrome de Burnout, a ansiedade, a depressão, e, em casos mais severos, a ideação suicida (BRICIU et al, 2023;FREIRE et al, 2020;JARRUCHE;MUCCI, 2021;LEÃO et al, 2018;PEREIRA et al, 2021;VASCONCELOS;MARTINO;FRANÇA, 2018).…”

“…No final do ano de 2019, foram identificados em Wuhan, na China, os primeiros casos de uma infecção respiratória causada por uma cepa do vírus da família dos coronavírus (GONÇALVES et al, 2022;RIBEIRO et al, 2022). Esse novo coronavírus foi nomeado SARS-CoV-2 pelo International Commitee on Taxonomy of Viruses (ICTV), e a doença causada por esse vírus foi denominada de COVID-19 (GUNDIM et al, 2022;MASS et al, 2022;SILVA JUNIOR et al, 2023).…”

“…Organização Mundial de Saúde decretou oficialmente a pandemia de COVID-19 (FARIA et al, 2021;. A vivência de uma pandemia trouxe diversos direcionamentos, restrições e mudanças na dinâmica de vida e de trabalho das pessoas, impactando o contexto social, econômico, educacional, e mais diretamente, o contexto de saúde da população mundial, sobretudo nos países em desenvolvimento (RIBEIRO et al, 2022;SOUSA et al, 2022).…”

“…No final de 2019, o Brasil e o mundo vivenciaram um exemplo claro de uma mudança brusca no modo de se viver e trabalhar. Uma cepa do vírus da família dos coronavírus deu origem a uma nova doença, denominada COVID-19 (GONÇALVES et al, 2022;RIBEIRO et al, 2022;SILVA JUNIOR et al, 2023). A velocidade com que a COVID-19 se espalhou entre os países e nas comunidades influenciou o cotidiano de bilhões de pessoas no planeta e despertou a atenção de autoridades dos sistemas de saúde mundial, sendo necessário que a OMS declarasse, em março de 2020, a pandemia de COVID-19, constituindo-se em uma emergência sanitária jamais vivenciada nestas proporções e consequências (SAIDEL et al, 2020;TEIXEIRA et al, 2020).…”