Fitossociologia de Dois Bosques de Caatinga Utilizados para Extração Foliar da Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore e Infestados por Cryptostegia madagascariensis Bojer

Abstract

A Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore é uma palmeira nativa do Brasil que é alvo do extrativismo anual da sua folha para retirada do pó e produção da cera, um produto muito comercializado nacional e internacionalmente. Essa palmeira vem sofrendo com a ameaça da Cryptostegia madagascariensis Bojer, espécie nativa da ilha de Madagascar, África. Essa planta, é considerada invasora no semiárido brasileiro, principalmente no bioma Caatinga, devido a sua facilidade de formar densas populações. O objetivo desse trabalho é comparar a estrutura fitossociológica de duas áreas de Caatinga com atividade extrativista da folha da Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore e com a presença de Cryptostegia madagascariensis Bojer. Assim, foram selecionadas duas áreas, Área I – atividade extrativista intensiva das folhas da Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore, Área II – não possui atividade extrativista intensiva. Para análise fitossociológica utilizou-se o método de parcelas, e catalogados os indivíduos com circunferência a altura do peito maior ou igual a 5 cm e altura maior ou igual a 1 m. Para a avaliação das comunidades vegetais, foram analisados os parâmetros fitossociológicos convencionais, e os índices de Similaridade, Diversidade, Equabilidade e Impacto Ambiental de Exóticas. Como resultado, foram inventariados 2.567 indivíduos pertencentes a 21 famílias, 28 gêneros e 39 espécies, das quais 21 são nativas, 17 endêmicas, 1 cultivada e 1 naturalizada, percebeu-se também que a diversidade na Área I foi menor quando comparada ao Área II. Assim, conclui-se que a presença da Cryptostegia madagascariensis Bojer associada à atividade extrativista intensiva reduz número de gêneros, espécies e famílias na Caatinga.Palavras-chave: Extrativismo, Semiárido, Fitodiversidade, Impacto Ambiental de Exóticas. Phytosociology of Two Caatinga Woods Used for Leaf Extraction of Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore and Infested by Cryptostegia madagascariensis Bojer A B S T R A C TThe Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore is a palm tree native to Brazil that is the target of the annual extractivism of its leaf for dust removal and wax production, a product very commercialized nationally and internationally. This palm has been suffering from the threat of Cryptostegia madagascariensis Bojer, a species native to the island of Madagascar, Africa. This plant is considered invasive in the Brazilian semiarid, mainly in the Caatinga biome, due to its ease of forming dense populations. The objective of this work is to compare the phytosociological structure of two areas of Caatinga with different degrees of extractive activity, leaves of Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore and infestation by Cryptostegia madagascariensis Bojer in the municipality of Pacatuba - Ceará, Brazil. Thus, two areas were selected, Area I - intensive extractive activity of the leaves of Copernicia prunifera (Mill.) H.E.Moore, Area II - does not have intensive extractive activity. For phytosociological analysis, the plots method was used, and individuals with circumference greater than or equal to 5 cm and height greater than or equal to 1 m were cataloged. For the evaluation of plant communities, conventional phytosociological parameters were analyzed, along with the Similarity, Diversity, Equability and Environmental Impact of Exotics. As a result, 2,567 individuals belonging to 21 families, 28 genera and 39 species were inventoried, of which 21 are native, 17 endemic, 1 cultivated and 1 naturalized, it was also noticed that the diversity in Area I was lower when compared to Area II. Thus, it is concluded that the presence of Cryptostegia madagascariensis Bojer associated with intensive extractive activity reduces the number of genera, species and families in the Caatinga.Keywords: Extractivism, Semiarid, Phytodiversity, Environmental Impact of Exotics.

Fragmentos de Caatinga são florística e estruturalmente similares?

“…A Caatinga possui uma grande diversidade de espécies nativas e endêmicas, porém, a perda de biodiversidade ainda é uma realidade (Fernandes et al, 2020;Rebouças Filho et al, 2021).…”