OBJETIVO: Estudar a possível relação entre qualidade de vida e características sociodemográficas, antropométricas, funcionais e de atividade física em idosos da Estratégia Saúde da Família de Porto Alegre (RS). MÉTODOS: Estudo transversal e analítico com idosos (≥ 60 anos). Os dados foram coletados de forma prospectiva em amostra aleatória de 30 unidades de saúde. As variáveis pesquisadas foram: sociodemográficas (idade, estado civil, escolaridade); antropométricas (peso, altura, índice de massa corporal); e funcionais (velocidade de marcha, força de preensão manual, teste senta/levanta). Foi aplicada a escala de qualidade de vida de Flanagan e o questionário de Minnesota de atividade física e de lazer para o nível de atividade física. Analisaram-se os dados utilizando regressão logística pelo método backward conditional. RESULTADOS: Entre os 577 idosos avaliados (68,5 ± 6,4 anos; 63,7% mulheres), a qualidade de vida de 87% foi classificada como alta. No modelo multivariado inicial (saturado), foram consideradas variáveis preditoras de qualidade de vida: sexo, convivência marital, tempo gasto para caminhar 10 m, escore do teste senta/ levanta, força de preensão manual e atividade física moderada, intensa e total. O modelo final (seis etapas) foi composto de quatro variáveis: conviver maritalmente, maior escore do teste senta/levanta, maior força de preensão manual e prática de atividade física intensa. CONCLUSÃO: Conforme observado, a alta qualidade de vida relacionou-se a idosos que convivem maritalmente, apresentam maior força de membros superiores e inferiores e despendem mais tempo na prática de atividade física intensa. PALAVRAS-CHAVE: qualidade de vida; idoso; atividade física; atenção primária à saúde.