RESUMOOs distúrbios do sono e alterações associadas atingem grande parte da população que trabalha no turno noturno, afetando a sua qualidade de vida. O objetivo do presente trabalho foi comparar a capacidade aeróbia e as respostas cardiovasculares ao exercício máximo em indivíduos com ciclo sono vigília fisiológico e com inversão dos turnos de trabalho. Foram analisados 18 indivíduos do sexo masculino, sedentários, com idade entre 23-35 anos, divididos em 2 grupos: a) grupo controle, formado por estudantes (n=9) e b) grupo experimental, composto por controladores de tráfego aéreo que trabalhavam com inversão dos turnos de trabalho (n=9). Para a medida da capacidade aeróbia, foi determinado o VO 2 máx. por meio do analisador de gases metabólicos (VO-2000, Aerosport, Medgraphics). Para o teste de esforço máximo foi realizado o protocolo de rampa em esteira (Millenniun ATL -Inbramed) e as respostas cardiovasculares (FC, PAS e PAD) foram verificadas antes e após a realização do exercício. De acordo com os resultados, o grupo experimental apresentou valores inferiores de FC no repouso (79,8 ± 11,5 bpm vs. 70,3 ± 3,8 bpm), no 5 o (112,7± 15,1 bpm vs. 98,7 ± 6,3 bpm) e no 7 o minuto (108,7 ± 16,6 bpm vs. 93,9 ± 6,8 bpm) de recuperação. Quanto à PAS, foram observados valores superiores durante o repouso (110,0 ± 11,2 mmHg vs. 104,0 ± 5,7 mmHg), nos indivíduos do grupo controle. Já a PAD, mostrou níveis superiores no 5 o minuto da recuperação no grupo experimental (67,0 ± 4,4 mmHg vs. 58,9 ± 6,0 mmHg). Por fim, foram verificados valores superiores de VO 2 máx. para os indivíduos do grupo controle (58,9 ± 6,1 ml/kg/min) em relação ao experimental (53,7 ± 2,5 ml/kg/min). Desta forma, podemos concluir que a inversão nos turnos de trabalho, afetando o ciclo sono-vigília, altera não apenas o ciclo circadiano das variáveis cardiovasculares no repouso e na recuperação do esforço, como também traz prejuízos à capacidade funcional, podendo comprometer o desempenho das atividades ocupacionais. Palavras-chave: VO 2 máx., variáveis cardiovasculares, controladores de vôo, exercício máximo.
ABSTRACTSleep disturbs and associated alterations reach great part of the population which works at night, affecting their quality of life. The aim of the present study was to compare the aerobic capacity and the cardiovascular responses to maximal exercise in subjects with physiological sleep/wake cycle and with work shift inversion. 18 male subjects, aged 23-35 years, were assigned to either a shift-workers (Experimental; n=9) or a control group (Control; n=9). All the subjects underwent a treadmill exercise test in order to obtain the BP, HR behavior in the recovery period. Exhaled air was collected every 10 minutes for VO 2 max. Shift-workers presented lower heart rate values at rest (79.8 ± 11.5 bpm vs. 70.3 ± 3.8 bpm), 5 th (112.7 ± 15,1 bpm vs. 98,7 ± 6,3 bpm) and 7 th min. (108.7 ± 16.6 bpm vs. 93.9 ± 6.8 bpm) at recovery. SBP showed significant increased values in control group just at rest (110.0 ± 11.2 mmHg vs. 104.0 ± 5.7 mmHg). The co...