RESUMOEste estudo objetivou determinar a resposta da concentração sanguínea de lactato e da variabilidade da freqüência cardíaca durante exercícios realizados abaixo, acima e na carga de limiar da variabilidade da freqüência cardíaca (LVFC). Quinze sujeitos realizaram um teste progressivo para a determinação do LVFC e três testes de carga constante (CC) nas cargas 0,5 kp acima (Ac-LVFC;), 0,5 kp abaixo (Ab-LVFC) e no LVFC. O LVFC correspondeu à primeira carga de trabalho que apresentou o SD1 inferior a 3 ms. As concentrações sanguíneas de lactato no 15º minuto de exercício nos testes Ac-LVFC, LVFC e Ab-LVFC foram de 7,5 ± 3,5, 4,4 ± 3,0 e 2,4 ± 1,0 mmol.l -1 , respectivamente. Na carga Ac-LVFC, 25% dos sujeitos apresentaram estabilização, 64% no LVFC e 93% no Ab-LVFC. Os resultados apontam que o LVFC pode estar em intensidade acima do primeiro limiar de lactato.
INTRODUÇÃOAtualmente, o interesse pelo estudo da variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) em situações de esforço físico tem aumentado, especialmente na análise da influência da intensidade de exercício sobre a VFC, na expectativa da compreensão da relação entre o esforço físico e a atividade autonômica.A análise espectral dos intervalos R-R (domínio da freqüência) em exercícios de carga constante acima e abaixo do primeiro limiar ventilatório (LV 1 ) apontou que o indicador da atividade simpática aumenta significativamente na intensidade de 110% do LV 1 (YAMAMOTO; HUGHSON; PETERSON, 1991). Tulppo et al. (1996) verificaram em exercícios progressivos uma redução do desvio-padrão instantâneo (domínio do tempo), denominado de SD1, que representa a variabilidade dos intervalos R-R sucessivos, determinada pela retirada vagal e por uma maior estimulação simpática. Os autores apontam ainda que na carga de LV 1 a modulação vagal sobre a atividade cronotrópica praticamente inexiste. Alonso et al. (1998) observaram em testes progressivos uma redução da VFC na fase inicial do exercício e uma tendência à manutenção dos valores a partir do LV 1 . Assim, estes estudos indicam que a partir do LV 1 a influência vagal sobre o cronotropismo cardíaco é mínima, com o concomitante aumento da atividade simpática.Em seguida, outros estudos verificaram a relação entre limiares da VFC determinados por diferentes métodos e o LV 1 , identificando similaridades entre os valores e/ou correlação