2006
DOI: 10.11606/issn.1808-8139.v0i3p40-46
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Identidade camponesa, racialização e cidadania no Brasil monárquico: o caso da 'Guerra dos Marimbondos' em Pernambuco a partir da leitura de Guillermo Palacios

Abstract: Resumo O presente texto comenta o artigo de Guillermo Palacios 'A Guerra dos Marimbondos: uma revolta camponesa no Brasil escravista', escrito em 1984. Tal texto se apresenta ainda hoje como a principal analise sobre o movimento sedicioso contra os Decretos 797 e 798 de 18 de junho de 1851 que mandavam 'executar o regulamento para a organização do censo geral do Império' e 'executar o regulamento do registro de nascimento e óbitos'. O regulamento seria também conhecido pelos revoltosos como 'Lei do Cativeiro'.… Show more

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“…O Registro foi rapidamente apelidado de 'Lei do Cativeiro", pela crença popular de que, coincidindo com as leis que determinavam o fim da importação de mão-de-obra africana escrava, destinava-se na verdade a recuperar para o escravismo uma ampla camada da população que não tinha, até então, sido objeto da atenção por parte do Estado ou dos proprietários das plantations açucareiras da zona da mata nordestina: os homens e as mulheres livres e pobres, entre as quais predominavam os agricultores não escravos (Palacios e Oliva res, 2006). Dentro desta conjuntura, cabe compreender a "racialização das disputas em torno dos significados da cidadania" (Mattos, 2006). Maria Luiza Ferreira de Oliveira, estudando tal temática, aponta a necessidade de escapar das interpretações de que a "massa pobre" envolvida em revoltas populares seria apenas "massa de manobra" de certas camadas sociais abastadas e envolvidas em disputas políticas (Oliveira, 2006).…”
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“…O Registro foi rapidamente apelidado de 'Lei do Cativeiro", pela crença popular de que, coincidindo com as leis que determinavam o fim da importação de mão-de-obra africana escrava, destinava-se na verdade a recuperar para o escravismo uma ampla camada da população que não tinha, até então, sido objeto da atenção por parte do Estado ou dos proprietários das plantations açucareiras da zona da mata nordestina: os homens e as mulheres livres e pobres, entre as quais predominavam os agricultores não escravos (Palacios e Oliva res, 2006). Dentro desta conjuntura, cabe compreender a "racialização das disputas em torno dos significados da cidadania" (Mattos, 2006). Maria Luiza Ferreira de Oliveira, estudando tal temática, aponta a necessidade de escapar das interpretações de que a "massa pobre" envolvida em revoltas populares seria apenas "massa de manobra" de certas camadas sociais abastadas e envolvidas em disputas políticas (Oliveira, 2006).…”
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“…A maioria das pesquisas sobre o tema, apontam que o movimento teria se inici-ado no município de Pau D"Alho, Pernambuco, posteriormente, ultrapassaria "as fronteiras seja da produção de cana-de-açúcar, seja das áreas de subsistência do Agreste" (Mattos, 2006), se espalhando por Paraíba, Alagoas, Sergipe, Ceará e Minas Gerais (Bezerra e Lucena, 2012). Todavia, a primeira vez que se tem registro de uma manifestação contrária a tais medidas do Estado Imperial é datada de 26 de outubro de 1851, na localidade do Mundaú-Mirim 1 , Alagoas, onde cerca de cinquenta homens armados opuseram-se aos decretos, sendo a primeira vez que apareceria a "grosseira ideia de cativeiro" (Oliveira, 2010).…”
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