Este artigo surge de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento e tem como objetivo problematizar o espaço ocupado pela infância em uma escola de Educação Infantil. Durante o primeiro semestre de 2021, no contexto pandêmico do coronavírus Sars-Cov-2, causador da doença Covid-19, foram acompanhados, por meio de observações e conversas, 23 crianças do grupo III (crianças de 3 anos de idade), e três professoras. Junto aos referenciais epistemológicos de infância, cartografia e complexidade, discute-se a infância e como ela tem sido considerada na sociedade e na educação. A partir disso, estabelece-se a Educação Infantil enquanto território e, por meio de uma retomada histórica, sua constituição indica que esta etapa é vista como uma política inferior, assim como seus habitantes: as crianças. Por fim, apresentam-se algumas discussões acerca do primeiro semestre de encontros na escola, em que o contexto pandêmico potencializou as formas de silenciamento das crianças. Conclui-se a urgência de uma nova possibilidade de Educação Infantil que deve ser buscada na infância.