Este estudo objetivou descrever o perfil de mães encarceradas, identificando-se os fatores de risco e proteção, vivenciados ao longo de suas vidas, através de entrevista semiestruturada em cadeias e penitenciárias do Estado de São Paulo com 152 mães encarceradas. Tal amostra apresentou um perfil de uma mãe jovem, solteira, com três filhos, afrodescendente, de baixa renda e escolaridade, e tendo cometido o crime de tráfico de drogas. Foram identificados os seguintes fatores de risco: a) na infância: exposição à violência conjugal entre os pais; maus-tratos, sendo a punição corporal a modalidade mais frequente; e a prisão de um familiar; b) na vida adulta: violência pelo parceiro íntimo; familiares encarcerados; uso abusivo de álcool, tabaco e drogas; e tentativas de suicídio. Apenas um fator de proteção na infância foi relatado: um cuidador que as valorizaram positivamente, fazendo com que se sentissem especiais.