Objetivo: O sistema imunológico superativado devido ao COVID-19 pode ser responsável pela maioria de suas manifestações fisiológicas, incluindo as neurológicas. Métodos: Os artigos científicos foram pesquisados por dois pesquisadores independentes nas bases de dados MEDLINE (PubMed), LILACS, SciELO, Scopus, Web of Science e BIREME, sem restrição de idioma, período ou local de publicação. Para complementar e evitar o viés do risco, a literatura cinzenta foi pesquisada no Google Scholar. A revisão narrativa seguiu as recomendações dos itens de relatório preferidos para revisões sistemáticas e meta-análises (PRISMA). Os estudos incluídos na pesquisa tiveram pontuação ≥ 6 pontos no protocolo qualitativo proposto por Pithon et al. (2015). Resultados: Os pacientes com COVID-19 comumente apresentam manifestações neurológicas. A idade dos pacientes foi um importante fator de risco para deficiências neuropsicológicas devido ao COVID-19. Fatigabilidade aumentada e déficits de concentração, memória e velocidade cognitiva geral são relatados meses após a alta hospitalar. Além disso, os estudos mostraram que a fase da doença em que o paciente se encontra interfere diretamente na manifestação das alterações cognitivas. Conclusão: Alterações cognitivas são frequentemente encontradas meses após a alta hospitalar em pacientes com COVID-19. Uma velocidade de processamento cognitivo mais lenta e memória prejudicada podem interferir com o funcionamento diário dos pacientes e sua capacidade de retornar ao trabalho. Assim, intervenções de reabilitação cognitiva com o objetivo de aumentar a velocidade de processamento e memória também devem ser consideradas para esta população.