O Cirurgião-Dentista deve ser capaz de identificar manifestações orofaciais provenientes de violência sexual infantil, uma vez que a maioria das lesões acometem sua área de atuação, nas regiões de cabeço e pescoço. O presente trabalho objetiva, por meio de revisão da literatura, apontar a importância e conduta deste profissional frente a violência sexual contra crianças, aspectos legais relacionados, achados odontológicos sugestivos dessas agressões que variam desde marcas de mordidas com equimoses de sucção no pescoço até laceração dos freios labial e/ou lingual ou presença de petéquias palatinas, assim como, descrever a manifestações de Infecções Sexualmente Transmissíveis em menores violentados sexualmente, sendo as principais Sífilis, HPV, Gonorreia, Herpes, Candidíase e HIV/AIDS. As informações são oriundas da legislação vigente e literatura especializada nacional e internacional relativas ao tema, pesquisadas nas bases de dados SciELO, PubMed e LILACS. Visto que, em sua graduação, o Odontólogo recebe pouca ou nenhuma base referente às principais manifestações físicas orofaciais e psicológicas de violência sexual contra este público, a grande maioria não consegue diagnosticar corretamente e, consequentemente, não cumpre seu papel de notificar casos suspeitos, seja por insegurança, medo ou por desconhecer sua obrigação legal. É necessário que a temática seja abordada mais profundamente durante a graduação e pós-graduação para capacitar o profissional da odontologia a como conduzir esses casos e para que também não existam omissões.
PALAVRAS CHAVE: Abuso Sexual na Infância. Notificação de Abuso. Odontologia Legal.